Os reguladores travaram a compra. A FTC avançou mesmo para tribunal e a compra não obteve aprovação em nenhum dos reguladores por onde passou.
Basicamente era já quase certo que a compra da ARM pela Nvidia não iria avançar. A situação ganhou contornos de quase certeza quando a FTC avançou para tribunal para forçar a paragem da aquisição, e apesar de esse processo não ter ainda chegado ao fim, o seu andamento deu claramente a perceber à Nvidia que a aquisição nunca seria aprovada, tendo esta, por sua iniciativa, abortado a transação.
Dois dos principais argumentos apresentados foram:
“O negócio proposto incentiva o mercado dos chips e permite que a combinação das duas empresas mine de forma injusta os rivais da Nvidia. A ação da FTC serve para dar um forte sinal de que agiremos agressivamente para proteger a infraestrutura dos mercados de fusões verticais que possam ter grandes implicações futuras e/ou danosas na inovação”
“A aquisição irá criar dano na concorrência ao dar à Nvidia informação sensível sobre os clientes da ARM, alguns dos quais são de rivais da Nvidia, o que deverá descer o incentivo da ARM em inovar, o que conflituaria com os interesses de negócio da Nvidia“
Este segundo ponto é bastante interessante, uma vez que este assunto sobre dados de clientes já foi levantado pelos legisladores no negócio da Microsoft-Activision.
A Nvidia terá agora de pagar uma compensação à ARM, que por sua vez irá passar para uma oferta pública de ações de forma a obter financiamento.
Mário, penso que quanto é citado “clientes”, ele fala mais precisamente de planejamento estratégico de lançamentos (quantidades, datas…) e segredos de otimização e estrutura de chips das concorrente quanto aos chips arm que chegarão ao mercado daqueles que contratam os serviços da ARM.
Se formos olhar a questão da Microsoft, isso, do mesmo modo já não acontece, até porque, quanto porventura a questão de dados sensíveis da Sony quanto a clientes e infraestrutura de rede, a MS já tem acesso, pois presta serviços de rede para manutenção do PSN e demais serviços online do Playstation.
Obviamente que potencial prejuízo a Sony existe pela retirada de títulos multiplataforma de grande potencial de venda e geração de lucro que seus clientes deixariam de ter acesso, mas o mesmo poderia ser dito da Zenimax e não foi. Não vejo como apenas o o valor financeiro possa ser um entrave diante do caso anterior similar, mas claro, aí vai contar muito o valor do poder político da MS junto aos órgãos reguladores, e o momento pra ela pode não ser dos mais oportunos. Portanto, fora a magnitude do negócio, não vejo diferenças entre a aquisição da Zenimax pra Activision e nem motivos pra que essa segunda aquisição seja barrada.
Juca… acabei de dar uma resposta ao Cherokee. Mas os dados são diferentes. A Microsoft tem os seus, a Activision tem os dela. Se isso não fosse relevante, não haveriam ainda vendas de bases de dados com dados, ou mais recolha. Dados são informação, informação é poder.
Quanto aos serviços que a Microsoft presta, isso não lhes dá acesso aos dados. E mesmo que desse, não os podem usar, ou sequer fazer algo com eles. Era o que faltava. Era o mesmo que uma empresa criar um chip revolucionário, mandar fazer o mesmo à Samsung, e a Samsung poder copiar porque tem acesso ao que está a fazer.
E nota que quem, levantou a questão dos dados não fui eu… Foram os reguladores, pelo que se discordas não é a mim que o tens de dizer, pois eu não tenho de defender ou não essa comparação. Eu aqui estou apenas a referir uma realidade que foi conhecida, e já noticiada aqui no website. E a questão dos dados foi efetivamente referida.
Sim Mário, o que falei foi mera opinião, e espero estar errado, mas é como vejo a situação.
Sob a questão de clientes, entendo o que você diz, concordo, mas falamos de um mundo onde existe espionagem industrial e mesmo coleta de dados de clientes massivamente em todos os lugares, entendo que você apenas apresenta fatos e quer ser neutro no que expõe, mas minha opinião é em parte para gerar pontos de vista diferente pra termos outras óticas sobre a questão.
Como disse, salvo a magnitude do negócio e o que pode representar (assunto para futurologia), não vejo algo muito diferente do caso da Zenimax, e por isso, o limite da invasão a ser liberada, parece ser mais uma questão política que de regras de mercado sadias. Lembro que regulação pode ser prévia (há quem condene) ou após atos das empresas.
Tendo, ainda, em vista que a Sony também está adquirindo empresas, embora em magnitude inferior, fica a questão de que as aquisições podem ter apenas subjetividades pouco claras pra suas aprovações, já que a Sony é basicamente “mais poderosa” em nome e receitas que a MS, até então, nesse mercado.
Concordo que aquisições são nocivas, sobretudo de grandes publishers, mas como disse, ao menos nos EUA, eu acho que passa fácil, pois a maior prejudicada é a Sony, os americanos são protecionistas, a Microsoft tem muito dinheiro e “os rios correm para o mar”.
Na minha ótica, quem pode barrar o negócio são as agências regulatórias européias, daí já não duvido, pois salvo a Inglaterra que já não é mais ou quase não mais da União Européia, não vejo motivo pra julgamento parcial senão o da daúde do mercado e o maior beneficiamento direto dos clientes para servir de guia a liberação ou não da aquisição por parte da MS.
A diferença entre isto e a Zenimax são duas.
– A Activision é 10x maior.
– A Activision vem depois da Zenimax (ou seja, já são duas).
E olha que com as novas regras do Biden, eu não sei bem o que esperar. Ele quer apertar o cerco a este tipo de aquisições.
Eu acho que pode travar na Europa, nos EUA a MS já cresceu bastante com outros democratas como o Obama e o Clinton presidentes, lógico que com o “nacionalismo” Trumpista seria mais fácil.
Pra mim será surpresa se barrarem o negócio por lá mesmo.
Todas as opiniões que ouvi referem que acreditam que o negócio seja aprovado. Mas há uma série de vertentes em causa e algumas podem, efetivamente, bloquear a compra.
Agora quem defende que a coisa poderá passar, acredita também que será com um conjunto enorme de condições para garantir riscos futuros.
Recordo que em tempos a Microsoft os reguladores quiseram dividir a Microsoft em duas. E ganharam, sendo que tal não aconteceu porque a Microsoft se submeteu a uma série de regras e eles aceitaram.
Daí que não se substime o poder destas instituições.
Agora a questão que fica no ar é: Caso o negócio passe, quando é que demais é demais?
Ou seja, quando é que a Microsoft será forçada a parar?
Se fores a ver, pensando não em aquisições, mas em equipas, a Microsoft adquiriu nos últimos 3 anos:
inXile Entertainment
Obsidian Entertainment
Ninja Theory
Undead Labs
Compulsion Games
Playground Games
Double Fine Productions
Bethesda Softworks
Bethesda Game Studios
id Software
ZeniMax Online Studios
Arkane
MachineGames
Tango Gameworks
Alpha Dog
Roundhouse Studios
Blizzard Entertainment
King Digital Entertainment
Infinity Ward
Sledgehammer Games
Toys for Bob
Treyarch
Vicarious Visions
E não sei se falta mais algum.
Compara isto com o total de aquisições da concorrência e vês que a lista dos restantes é bem, mas mesmo bem, mais pequena.
Se os reguladores estão à espera que o mercado trema, então não estão a fazer bem o seu trabalho.
Obviamente que não tem comparação, fora nos outros ramos…
Aí é como você diz, quando é que demais é demais?!?!
A Arm continha tecnologias de diversas concorrentes da Nvidia agregadas e patenteadas, a qual a Arm cobrava royalties delas.
É uma situação TOTALMENTE diferente da compra da ActiBlizz, só para deixar isso bem frisado.
É uma situação diferente… mas com semelhanças. São áreas de negócio diferentes, e aqui nos videojogos não há patentes. Logo a situação não pode ser comparada por aí, porque se o fosse nem sequer haveria lugar a regulação.
O que está em causa é a mesma coisa. Adulteração das condições de mercado, acesso a dados de clientes, criação de condições desiguais de concorrência, acesso privilégiado, possíveis prejuízos a terceiros, etc.
A ARM produz bens físicos, e tecnologias que licencia, a Activision pode ter tambem tecnologias, mas não produz nem bens físicos, nem os licencia. Mas a sua atividade, tal como a da ARM, era genérica, e beneficiava todos por igual. A sua compra vai alterar isso, tal como a da ARM alteraria.
É isso que vai estar em cima da mesa. As diferenças não se aplicam, aplicam-se as semelhanças.
E se estas questões se aplicam a todas as compras, aqui ainda se soma o facto de a activision ser o maior dos produtores independentes, e a Microsoft a empresa no ramo dos videojogos com mais dinheiro. A conjugação dos dois fatores pode desequilibrar tremendamente os pratos da balança.
Me desculpe divergir Mário. Mas não acho que haja semelhança.
Não sei se estamos a falar do mesmo Cherokee.. Eu quando falo da semelhança, estou a falar apenas da parte do acesso aos dados dos clientes da Activision.
E isso é uma questão que foi abordada pelos reguladores como sendo uma das que vai ser analisada.
Ou seja, eu não estou a opinar sobre essa parte. Estou a citar algo do caso Nvidia Arm que realmente vai ser analisado no caso Microsoft Activision.
Mas fora isso, digo-te mais. Pela análise simples da coisa, eu diria que o negócio irá passar. O que eu questiono são estas situações paralelas. Até que ponto isto não tem impacto no mercado na sua globalidade.
Questiono:
Até que ponto isto não tem impacto no mercado das consolas.
E no mercado dos smartphones?
Envolvendo isto alguns IPs tremendamente populares até que ponto isso não vai criar dificuldades aos clientes?
E às marcas adversárias?
Até que ponto esta aquisição não reforçará um Gamepass a um nível que força a concorrencia a adoptar o mesmo ou algo semelhante que poderá não conseguir suportar da mesma forma?
A Microsoft não é líder e nem vai ficar nos videojogos, mas é nos serviços cloud, é nos serviços estilo gamepass. E isto vai cimentar a sua posição tornando mais dificil aos outros competir.
As questões são muitas. Isto é um mercado. Um mercado que se quer a expandir e sadio, e não monopolizado e controlado.
E se juntarmos o maior criador independente de jogos do mundo, a uma empresa de 2.3 triliões, com mais dinheiro na mão do que vale a totalidade da sua concorrente mais direta, claramente falar-se de a nível de receita ainda serem terceiros é claramente atirar areia aos olhos.
Concordo, a compra da Arm pela nVidia iria afectar imensamente o mercado e a concorrência directa.
Era mais que expectável o cancelamento deste negócio.
Imagine a MS tendo acesso aos dados de jogadores no playstation.
muito diferente de quando um EXclusivo xbox é publicado por outra editora, e não a MS, um tempo depois no playstation.
daqui a pouco a MS resolve que só lança COD no playstion se o crossplay for obrigatorio SEM opção de desativação, igual Halo, gears e Forza.
e ainda vai se vitimazar “a sony malvadona quer bloquear crossplay novamente” por isso nós bonzinhos resolvemos não lançar mais COD no playstation para punir a sony malvadona.
semi off:
andei falando aqui que a MS ia tomar uma ruim achando que o futuro é streaming de jogos, igual tomou achando que o playstation com Linux iria roubar o mercado de PCs domésticos, queimou dinheiro no xbox e veio o Google e Apple com Android e IOS e acabaram com o PC Windows doméstico.
me perguntei qual paulada que a MS ia levar gastando 100bi no xbox enquanto alguém chegava “por traz” da MS e “pá” nela.
Acho que tem chance de ser o Steam Deck… enquanto a MS fica querendo prejudicar o playstation e achando que o futuro é streaming de jogos, a Valve vai roubar o último mercado doméstico da MS, o de PCs para jogos… Saindo jogos nativos para Steam Deck, já é o mesmo que sair jogos para PCs com Linux.
Valve não precisa fazer nada d+ como ser desruptiva, só precisa chegar em 50% do mercado de PCs para jogos domésticos que a MS vai se implodir nesse mercado, afinal a MS não dá conta de competir com nada que não seja ela tendo o monopolio… vide windows phone, xbox, zune, Bing…
Imagine só o linux cheio de otimizações para jogos, enquanto a MS ainda com o windows usando o mesmo NTFS que em 2002 perdia em loading para RaiserFS feito por um cara na garagem dele (pesquisem no google o autor desse sistema de arquivos, loucura)
Eu acho que o mercado de jogos no PC ainda precisa de muitas mudanças pra chegar a níveis de abalar o Windows como plataforma de jogo nos PCs.
O GNU-Linux é um ótimo sistema, mas o fato de ter muitas distros o faz ser fraco quanto a atratividade de produtores de software e game, a própria curva de aprendizado afasta users que normalmente não têm paciência para coisas que julgam complicadas.
Dito isso, a iniciativa da Steam é bem vinda, fortalece o GNU-Linux, mas está longe de afetar o mercado gamer, o Switch, ou o Windows, e serei atrevido em dizer o motivo: público alvo errado.
Fãs de PC, no geral são fãs de hardware mais de que de jogos, e obviamente muitos geek gostam da ideia da portabilidade, mas uma coisa é óbvia, o Steam Deck não é modulado e não tem hardware pra substituir um PC, isso é minha opinião pessoal.
No PC, uso principalmente GNU-Linux (mais comumente Ubuntu), porque é rápido, seguro e simples, mas ainda uso Windows pra jogar e usar alguns programas aos quais já estou habituado e ainda não consegui “desmamar”. Se perguntarem se recomendo Linux pra alguém que não quer complicações, eu diria ainda não.
Então, infelizmente a hegemonia do Windows no PC ainda está longe de ser ameaçada no mundo game dos PCs desktop, e como já disse, portabilidade nem de longe ameaça isso. Vejo mais como um artefato geek pra fingir que o Switch tem concorrência.
Entao, o problema da fragmentação do Linux pode ser resolvido pelo Steam OS.
As outros distros que copiem as partes de jogos do Steam OS e pronto.
A fragmentação é algo mais complicado que isso no GNU-Linux, não é só questão de usar o proton, pois há muito já existiam maneiras de usar jogos de windows no linux, e até distros populares entre os gamers, é mais a visão dos produtores sobre o linux, a falta de um sistema uno pra desenvolvimento, é ter camadas a mais pra perder desempenho com o proton, a falta de amistosidade pra fazer as coisas no GNU-Linux… e essas coisas não mudam do dia pra noite, é complexa a questão.
talvez a Valve padronize pelo menos os aspectos relacionados a jogos.
também já li sobre o suporte a jogos no linux, que é 1% das vendas mas respondem por 95% do suporte, algo perto disso.
tem que padronizar e não dar suporte oficial para quem não usa Steam OS e pronto.
Eu fiquei empolgado quando anunciaram as Steam Machines e achei que as coisas pudessem melhorar pro Linux mas praticamente ficou na mesma, não me iludo mais, agora só vibro com fato consumado a respeito disso, já não tenho tanta fé, mas obviamente falo do meu ponto de vista, que é sempre “meio” pessimista. 😃
A MS não quer prejudicar o Playstation, o PS vai se prejudicar sozinho se não abandonar seu modelo atual e entrar na revolução digital. A MS quer estar pronta para o caso da vinda mais a sério de uma empresa gigante como Amazon, Google e quem sabe a Apple.
A Google provavelmente não dará em nada já que praticamente mataram o Stadia, mas a Amazon está fazendo um movimento muito inteligente. Apostou em dois GaaS que estão com bons níveis de popularidade no PC, New World e Lost Ark. Esses dois jogos vão gerar muito dinheiro para eles que dizem não ter interesse em publicar jogos em consoles. A Amazon é dona da AWS, que é a cloud lider de mercado seguida pelo Azure da MS, com o GCP da Google muito para trás. É questão de tempo até a Amazon ganhar mais nome nos games e tornar seus jogos exclusivos de um serviço próprio de cloud gaming. E isso pode se dar no momento correto, quando a infraestrutura de rede estiver no ponto certo para isso. A Amazon pode fornecer controladores e um aplicativo para interagir com o seu firestick e alcançar consumidores casuais. Eles tem dinheiro para comprar uma Ubisoft, EA ou Take Two e abocanhar uma quantidade enorme de usuários, e a Amazon não pensaria duas vezes em tornar o conteúdo exclusivo.
A AWS nem precisaria ter seus jogos rodando no Windows por que eles inclusive desenvolvem uma distribuição própria de Linux, chamada Amazon Linux, o problema é que ela convença seu parceiro de hardware a lançar drivers decentes para Linux, crie ambientes de desenvolvimento focados em Linux e basicamente reinvente a roda…
Nenhum fabricante de hardware suporta de forma decente o Linux. Todos os fabricantes basicamente equalizam suas ofertas de hardware com o que a MS padroniza no Directx. A maior parceira da NVidia, Intel e AMD é a Microsoft. Os desenvolvedores não suportam bem o Vulkan, com exceção da ID Software que é da Microsoft. O gaming no Linux não irá decolar, tudo é mais fácil no Windows, do suporte de um fabricante real que não depende de comunidade, ao apoio da MS aos fabricantes de hardware