Como Halo Infinite se salvou da total desgraça

O jogo atravessou uma fase de problemas enormes. Acabou por sair e ser aplaudido como um bom produto, mas mesmo assim o que foi lançado está bem longe do que estava planeado inicialmente.

Halo Infinite conseguiu salvar-se de ser um produto desastroso. Mas o certo é que em 2020 ele foi alvo de um esforço de salvamento para conseguir ser lançado.

O trailer de 9 minutos lançado em 2020 foi desastroso. A Microsoft contava que a loucura dos fans pudessem impelir o desenvolvimento do jogo, mas na realidade o que aconteceu foi o contrário. Gráficos fracos e um cenário que fazia lembrar o Minecraft desgostaram todos os que viram o trailer. Fans e não fans!

Esta recepção causou fricção dentro da Microsoft. Por um lado, a Microsoft estava relutante em adiar o lançamento, mas por outro havia a consciência que perante tal recepção, o lançamento do jogo seria um desastre. E nesse sentido o jogo acabou adiado, com a Microsoft a contactar Joseph Staten, escritor da história dos 3 primeiros Halos nos anos 2000, para ajudar a repor as coisas na normalidade. Assim, Staten entrou na 343 Industries como Diretor Criativo.

Staten começou por lembrar uma equipa desmoralizada que a Bungee já havia passado por algo igual em 2001, mas que tinha superado a coisa. Numa outra medida, ele pediu à 343 o tempo que fosse preciso para corrigir as coisas. Algo a que a Microsoft acabou por aceder pois um jogo no estado em que estava seria a morte de Halo. Afinal os problemas com a parte online de halo Master Chief Collection tinham já mostrado como os fans reagiam mal a um Halo que não fosse livre de bugs críticas.



A decisão revelou-se benéfica, transformando o que seria um lançamento desastroso naquilo que acabou por ser um sucesso.

O lançamento da vertente Online do jogo, e o sucesso que obteve  mostrou que o jogo seria um sucesso, apesar dos problemas porque se passou.

A questão é que a ideia original de Halo como um mundo aberto, e não uma série sucessiva de níveis requeria alterações radicais ao motor, e dado que o novo motor é largamente apoiado no motor antigo, as ferramentas existentes, chamadas Fabber, dificultaram todo o trabalho ao se revelarem cheias de bugs e difíceis de serem usadas. Basicamente, dada a pressa em se lançar o jogo, os problemas que iam aparecendo iam sendo remendados naquilo que se define como “uma dívida tecnológica”, ou seja, o problema não era realmente resolvido, mas apenas remendado de forma a funcionar, o que pela acumulação de problemas remendados ao longo dos anos levaram a que esta “dívida tecnológica” quase os obrigava a declarar “falência tecnológica”.

A isto nada ajudava o facto que cerca de metade dos funcionários da 343 estavam a contrato, ou seja, era mão de obra instável, especialmente porque as regras da Microsoft impedem que as pessoas neste tipo de contrato fiquem no lugar mais de 18 meses, o que causava instabilidade no desenvolvimento.

Basicamente vários devs definiam a 343 como uma empresa dividida, cheia de decisões conflituosas. O comportamento interno era de tal forma caótico que a coisa era comparada a uma empresa que estava a desenvolver 4 ou 5 jogos em simultâneo, usando os mesmos funcionários para tudo.

Resumidamente, no verão de 2019 o Halo Infinite estava em modo de crise. Basicamente a 343 industries decidiu cortar 2/3 do jogo planeado, deixando os gestores sem saber como agir sem que fosse tomada uma decisão sobre o rumo a tomar. O mundo de jogo, que deveria ser extremamente vasto foi cortado para algo incomparavelmente mais pequeno. E tal mostrou rapidamente que, mesmo com todos estes compromissos, colocar o Halo Infinite em condições até ao ano seguinte seria algo impossível. Mas mesmo com toda esta realidade a data de lançamento era Tabu, e algo que ninguém queria discutir. Novembro de 2020 estava fixo em pedra!



A demo foi o factor que alterou isso, obrigando ao adiamento, sem uma data precisa de quando ele seria.

Mas Staten promoveu alterações que seriam necessárias para o jogo fosse um sucesso, e mostrou à Microsoft o que o tempo extra poderia oferecer, vendendo a ideia.

Com este tempo a 343 resolveu os problemas gráficos e colocou o jogo num estado decente. Mas o Halo Infinite está longe de ser um produto acabado. Basicamente o jogo não tem ainda situações chave que irão ser acrescentadas no futuro.

Mas apesar do descontentamento de alguns, no global parece haver contentamento com o que a 343 ofereceu. Há um bom balanço entre o velho e o novo o que apenas aos antigos e novos fans. E essa foi uma das mudanças efetuadas que mais contribuiu para o sucesso do jogo.

Artigo baseado em original da Bloomberg.





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Edson Nill
Edson Nill
17 de Dezembro de 2021 9:19

Assistindo ao documentário sobre o xbox, aconteceu algo similar com o primeiro Halo. A equipe foi trancada por meses para resolverem o game, onde ironicamente, o chefe do time era o Jason Staten, o mesmo cara que a MS trouxe de volta para acertar o game.

Edson Romagna
Edson Romagna
Responder a  Edson Nill
17 de Dezembro de 2021 11:12

Joseph Staten (corrigindo). Mário vc viu o documentário deles: Power on xbox?

Edson Nill
Edson Nill
Responder a  Mário Armão Ferreira
17 de Dezembro de 2021 12:26

É pq estou entrando no pc do trabalho e agora que percebi que está com meu sobrenome aqui!rsrs Vou acertar e mil desculpas, Mário!

AlterX
AlterX
17 de Dezembro de 2021 12:32

Gostei do multiplayer dele

Juca
Juca
17 de Dezembro de 2021 12:43

Eu não “cresci” jogando Halo, e já o experimentei tardiamente, a mim, sinceramente não me encanta.
Mas entendo que são gostos e sentimentos de boas lembranças para alguns.
Da Microsoft, tenho muito mais interesse em Forza Horizon e agora em franquias como Doom, Wolfenstein, Fallout e até mesmo Psychonauts que me pareceu interessante e tem sua aclamação de público.

Deto
Deto
Responder a  Juca
17 de Dezembro de 2021 14:19

provável que o Halo 1 tenha pegado pq era gente que só jogava em console, era viuva da Sega ou Nintendo 64; e viu no xbox o “fim da sony malvadona”. No caso essa é minha opinião dos fanboys.

quem gostou e não é fanboy, provável que nuca tenha jogado no PC… Pq Unreal Tournament 99 e o Unreal (SP mesmo) e vários jogos FPS de PC dão um pau no Halo 1.

Juca
Juca
Responder a  Deto
17 de Dezembro de 2021 15:45

Eu na verdade nunca fui um grande fã de multiplayers, pode ser que em parte seja isso, mas cresci jogando Wolfenstein 3D quando eu tinha algum acesso aos PCs e depois Doom e Doom2, Heretic… mas no período que Quake já me afastei um pouco de Shooters.
Sempre fui mais de consoles de um modo geral (acho que o meu primeiro contato foi com um odyssey, e meu primeiro console foi um atari 2600, passando por Phantom-nintendinho, Megadrive, Snes, PS, N64, PS2, PS3, PS4, Xone e agora PS5) e tive meus momentos de PC (DX2-66, Pentium 100, 133…) , mas no geral o PC pra jogar é um saco sem fundo onde o usuário nunca costuma estar satisfeito com o que tem, sendo quase uma amante que faz parte do orçamento familiar. 🙂
Terminei novamente investido no PC pelo trabalho e o incrementei um pouco para poder ter acesso a biblioteca da Microsoft quando me convir de modo mais satisfatório visualmente, apesar de que hoje podermos usar a cloud pra isso, o que por si só tornou esse meu investimento pouco interessante, não fossem outras possibilidades que o PC também abre (RTS, preços de jogos, online grátis…).
No geral, a Sony me mantém pela excelência na qualidade dos games e em experiências narrativas e divertidas que conseguem prender meu interesse.
Editado: Sim, acredito que em relação a Halo 1 você tenha razão, Golden Eye fez muito sucesso no N64, e a Microsoft soube perceber e explorar isso com muito marketing e a própria qualidade da Bungie (Destiny é dos poucos MPs que até me agradam, não fosse pelo sempre online e ser GaaS, acredito que por não terem salas de espera e não ser um clássico mata-mata que meio que definiu os MPs no geral. Se for pra jogar MP, prefiro modos cooperativos e que eu nem lembre que estão lá.)

Last edited 3 anos atrás by Juca
Rocketty
Rocketty
Responder a  Deto
17 de Dezembro de 2021 18:48

Bem pelo contrário. Sempre fui um assíduo jogador de PC, além de fanático por Quake e adorei Halo 1 pelo sistema de coop e inúmeros tipos de veículos, algo até então, sem igual. Mapas mais abertos, mini batalhas sem iguais e uma IA muito a frente do tempo também não eram algo a se passar despercebido. Tens uma recomendação de algo similar da mesma época?

Sua segunda afirmação não passa de achismo infundado e até mais parece hate.

Mas é um game que com toda a certeza seduz aqueles que na época não tinham um FPS decente em consoles. Não a toa é um fenômeno nos EUA, mas não mundo a fora. E Halo 5 fora desastroso.

Fernando Medeiros
Fernando Medeiros
Responder a  Deto
18 de Dezembro de 2021 14:06

Muito errado, Halo 1 tinha mapas muito abertos, inimigos com IA muito acima da média, condução de veículos e excelente gameplay que funcionava bem em um joystick, algo que nunca deu certo em console, sendo os FPS anteriores todos desajeitados. Além disso, o jogo tinha uma dificuldade muito elevada. Todas essas qualidades estão no Halo Infinite, é de longe o Halo de melhor gameplay e level design.

Fernando Medeiros
Fernando Medeiros
18 de Dezembro de 2021 14:08

Desde a revelação, sempre ficou claro que o gameplay estava no ponto, era só sobre gráficos todas as reclamações e eu sempre soube que esse jogo surpreenderia os haters que não entendem o que realmente faz um Halo ser um Halo, e também são as pessoas que geralmente acham o H4 o melhor da franquia, pois ele só tem gráficos e detrimento de toda a jogabilidade e level design.

Carlos Zidane
Carlos Zidane
Responder a  Fernando Medeiros
18 de Dezembro de 2021 15:58

Halo Infinite é ultrapassado em gameplay, gráficos e qualquer aspecto. Uma grande decepção já que o Series X é tão potente e quanto os fanboys hyparam Hellblade 2 por conta de gráfico mas agora vem com essa de que o gráfico no Halo não importa, é muita cara de pau.
Eu lamento pois tanto jogo que não diz nada como Apex Legends é mais satisfatório que o clássico Halo e não deveria ser assim.

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