Com os rumores da Lockhart ressuscitada e de uma PS5 Pro, em que condições estas consolas seriam aceitáveis?

As consolas de meio de geração, no modelo actual, são algo que não defendemos. Aliás, sempre foi política da PCManias evitar ao máximo abordar as mesmas. Assim sendo, e perante a perspectiva de a próxima geração ter duas consolas logo no lançamento, em que condições elas seriam aceitáveis?

Quem visita os foruns terá certamente se apercebido de duas situações:

  • Os rumores de que a lockhart não estará, afinal, cancelada!
  • Os rumores, vindo de um jornalista, supostamente creditado, que a Sony terá duas consolas no lançamento.

Perante isso, resolvemos abordar essa situação!

Há motivos para duas consolas?

Analisando a coisa friamente, a próxima geração vai ser uma geração em que as TVs 4K não serão comuns em todas as residências. E nesse sentido, ter-se consolas que processam a 4K, mas apresentam os seus resultados a 1080p não parece fazer muito sentido. Estar a pagar-se por um sistema que é capaz de produzir uma qualidade superior à que podemos visualizar, é algo que realmente é ilógico.



E nesse sentido, dado que esta futura geração vai coincidir com o real arranque dos 4K como um standard, até faz sentido em pensar-se que seria lógica a existência de consolas mais económicas que produzissem os seus resultados nativamente a 1080p.

O caso actual

A questão é que no fundo isso já tivemos na actual geração, mas em sentido contrário. Ou seja, consolas destinadas a quem tem TVs 4K e que quer tirar partido delas, a Xbox One X e a PS4 Pro!

Infelizmente estas consolas são péssimos exemplos do que é aquilo que é aceitável no mundo fechado das consolas!

As consolas, desde sempre, se pautaram por uma realidade: O oferecer uma experiência única e igual para todos. Mas infelizmente isso não aconteceu nesta geração!

No caso das consolas Xbox, a situação é a mais aberrante de todas. Temos uma consola base que tem dificuldades em se manter nos 1080p, e uma consola de topo que atinge os 4K nativos. E as diferenças não se ficam por aqui! A X tem mais 4 GB de RAM para texturas de alta resolução que cavam ainda mais o fosso da diferença entre as duas consolas, e a Microsoft permitiu mesmo que jogos como Gears 5, um jogo First Party, corresse a campanha a 60 fps na X, ao passo que a corre a 30 fps na One. É uma diferença que mexe com a jogabilidade e a qualidade do jogo.



Nesse sentido, discordamos dessas políticas e destas decisões.

Da mesma forma não gostamos do que a Sony autorizou com a Pro. A Pro era suposto ser uma menor aberração que a X, ao se limitar a levar os jogos da PS4 para resoluções superiores. Não há cá mais memória, e a consola é apenas mais potente o suficiente para a tarefa em causa. Parecia até uma situação ideal daquilo que seria uma consola de meio de geração!

Mas infelizmente não foi isso que se viu!

Muitos criadores optaram por usar a performance da Pro de forma diferente, mantendo os jogos na Pro, mas aumentando fps, e efeitos. Basicamente, mexendo nas diferenças entre o jogo, e na jogabilidade, e criando experiências, mais uma vez, diferentes para os possuidores dos dois tipos de consolas.

O que se espera no futuro, ou o que seria a implementação ideal



Aquilo que na PCManias viamos como justificável, e como algo que realmente seria interessante, seriam a existência de duas consolas, munidas de regras extremamente rígidas de criação de software, com a mesma memória, e apenas as diferenças necessárias para o aumento de resoluções, uma criada para os 1080p e outra para os 4K.

As regras de programação teriam de ditar que os jogos teriam de ser exactamente iguais nas duas, apenas mudando a resolução. Naturalmente que não vamos ser utópicos, e sendo duas peças de hardware diferentes, haveriam sempre pequenas diferenças de performance. Mas sendo isso inevitável, o resto teria de ser cumprido.

A mudança de resolução teria de ser obrigatória! Nada de manter resoluções iguais e melhorar performances ou efeitos. Basicamente os jogos teriam de ser inalterados nesses campos.

Somente dessa forma seria aceitável ter-se duas consolas diferentes no lançamento e a manterem-se em toda a geração. Uma consola não poderia minimamente comprometer as performances da outra, seja de cima para baixo ou de baixo para cima, e ambas teriam de correr o mesmo, de forma igual, mas apenas a resoluções diferentes.

Os senãos de duas consolas.



Infelizmente há um senão para isto. O facto que 4K requer 4x mais performance gráfica que 1080p. E isso quer dizer uma consola base teria de ter quando muito 3 Tflops, uma vez que o esperado para as consolas de topo seria 12 Tflops.

Ora apesar de isto não alterar absolutamente realidade nenhuma, uma vez que 3 Tflops a 1080p podem-se portar tão bem como 12 Tflops a 4K, a realidade é que acontecem aqui duas coisas:

1 – A diferença numérica de performance gráfica face à PS4 não é mais do que 1,6x mais. face a uma Pro, os valores da performance gráfica até seriam menores, e face a uma X até chocaria ao ser metade.

2 – Há maior desfasamento de performances entre uma versão de topo e uma versão base, do que entre a versão base e a base da geração anterior.

Mesmo que na realidade 3 Tflops RDNA sejam superiores ao que são 3 Tflops GCN, a verdade é que estes números criam aqui um problema de compreensão do público em geral, dando a entender que a única real consola de nova geração seria a de 12 Tflops (a mais cara), ao passo que as outras até seriam mais fracas graficamente que as da geração passada, apenas com melhor CPU. E no fundo, mesmo que os valores não sejam os que parecem, não deixa de haver alguma verdade nisso.



Cria-se aqui uma questão que não é desejável, sendo que as marcas teriam dificuldade em passar a mensagem que querem. E a realidade é que se a mensagem falhar, o produto poderá estar condenado!

E isto é uma situação indesejada, que faz duvidar que estas consolas menos potentes de nova geração alguma vez venham a existir.



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