Coisas sobre a Nintendo que se calhar desconhecias

Ao contrário das restantes empresas como a Sony e Microsoft, a Nintendo tem um passado um pouco obscuro e do qual gosta pouco que se fale! Sabe mais um pouco sobre ele.

Nota: Não era minha intenção escrever algo sobre a Nintendo, e muito menos contando a sua história nos termos deste artigo. No entanto, quando me deparei com a informação aqui contida, achei-a super interessante ao ponto de escrever o artigo, uma vez que tudo o que aqui está relatado é único da Nintendo e conta uma realidade e historias muito pouco conhecidas da empresa, bem como relata alguns vícios históricos que a empresa não corrigiu e outros que são únicos da mesma. 

Ah… a Nintendo… a empresa dos videojogos de familia…

É uma empresa já com um largo historial, não fosse pelo facto de já existir desde 1889. Sim, sim… a Nintendo é já velhinha, e logo na sua fundação ela dedicou-se aos jogos. Não aos videojogos, pois na altura nada disso existia, mas aos jogos, mais especificamente as cartas.

Sim, a Nintendo foi fundada para criar cartas, mais especificamente cartas hanafuda, um tipo específico de cartas Japonesas.



Estas cartas tem um aspecto tipicamente japonês com simbologia de montanhas, flores e animais! Eis uma imagem que se crê serem das cartas originais da Nintendo.

E sendo este um jogo de sorte, que melhor nome a dar à companhia do que Nin-Ten-Do (“sorte-ceu-deixa” ou “Deixa a sorte aos ceus”), um nome que referia que a nossa sorte está nas mãos dos Deuses. Na realidade o nome total era Nintendo Koppai.

Mas porque motivo aparece assim uma empresa para criar cartas? Bem é que o jogo em causa era ilegal no Japão e era (ainda é), associado ao crime organizado. Diga-se que o nome Yakuza tremendamente associado ao jogo, e daí que se torne difícil de não se pensar que estará igualmente ligada às origens da Nintendo uma vez que estas cartas eram maioritariamente usadas nas suas salas de jogos.

O certo é que produzindo-se cartas associados ao crime organizado, este vai aparecer. E a primeira sede da Nintendo foi em Kyoto, associada igualmente à Aizukotetsukai, um dos ramos mais antigos e poderosos da Yakuza.

Note-se que não se deve pensar que a Nintendo era dirigida por criminosos, ou tinha qualquer associação directa a eles, mas o certo é que os criminosos usavam os seus produtos.



O criador do Famoso Gameboy, Gunpei Yokoi, foi contratado para a Nintendo para vigiar a fazer a manutenção das máquinas de jogos, verificando que estas não possuíam irregularidades que pudessem permitir o seu uso em batotas. Havia aliás à já bastantes anos, uma teoria da conspiração que associava a Yakuza ao acidente trágico que levou à sua morte em 1997.

Posteriormente a Nintendo evoluiu e criou outras cartas, nomeadamente cartas com mulheres nuas nas costas.

Claramente algo bem distinto da empresa de videojogos para a família que existe actualmente… mas espera… há mais… muito mais!

É que se as cartas estiveram por detrás da fundação da empresa, só isso não permitiu a Nintendo crescer para um nível de poderio económico que a levasse a subsistir até aos dias onde se tornou famosa.

A realidade é que a Nintendo tinha outros ramos… e alguns deles eram mais controversos que as cartas de jogo.



O que muito desconhecem é que nos anos 60 a Nintendo teve vários “Hoteis do Amor”, pagos à hora. E sim… eles eram destinados exactamente àquilo que estás a pensar. E se não pensaste nada… então continua a jogar o Super Mário ;).

Sejamos correctos e digamos que estes hoteis até tinham custos para dormidas… mas só depois das 10 da noite! Até lá eles eram usados para outras coisas… e nem as vamos referir pois sabem bem do que se trata.

Este é um lado que a Nintendo oculta e no qual investiu largas somas para que os registos desaparecessem. Quando da sua limpeza de imagem nos anos 80, a empresa necessitou de uma limpeza do seu passado se queria vender jogos do Mário e da Peaches.

A realidade é que durante os anos 60 e 70 a Nintendo percebeu que estar associada a questões de legalidade duvidosa não seria bom para si, e daí que partiu para outros negócios.

Aspiradores, arroz instantâneo, e mesmo uma estação de TV e um serviço de taxis chamado Daiya que se deu muito bem mas que acabou vendida por disputas com outras empresas devido aos preços praticados.



Daí a Nintendo entrou numa de patentear tudo o que lhe aparecia à frente, e daí que aspiradores como o Roomba, o aspirador que aspira sozinho, tenha algumas patentes licenciadas à Nintendo.

Mas o seu primeiro grande sucesso, que lhe valeu milhões, foi com o “Ultra Hand”, e que permitiu à empresa sair das suas dívidas. O produto… era este!

A Nintendo apostou ainda em blocos plásticos interconectáveis, algo que lhes valeu um processo da Lego, e que os obrigou a sair do mercado.

Mas foi com a personagem Jumpman que apareceu na versão Japonesa de Donkey Kong que a Nintendo teve a sua primeira personagem carismática. Mais tarde chamado de Mário, esta personagem ainda hoje domina a Nintendo, sendo a personagem mais famosa da empresa.



E esta personagem esteve talvez pode detrás do grande sucesso que foi o Gameboy… que curiosamente foi lançado para ser um produto barato e com uma expectativa de vida super reduzida.

Apesar de Gunpei Yokoi ser o pai do gameboy, ele na realidade deve muito do que foi a Satoru Okada. Afinal foi Okada quem viu o grande potencial do produto, mesmo mais do que o seu criador.

Yokoi estava na altura ligado à criação de brinquedos muito mais simples como os produtos da série Game & Watch (se não sabes o que é, continua a jogar o super Mário), e olhava para o Gameboy apenas como algo do género.

Yokoi até desejava que a empresa saísse do mercado das consolas. Os jogos com história e personagens que fossem distinguíveis eram para ele algo exagerado. Dizia ele, apesar da fraca qualidade gráfica da altura, que isso eram “filmes interactivos” e não jogos. Daí que para eles jogos bons eram jogos como o Pong.

Foi por sua pressão que o Gameboy saiu branco. Ele não queria nada muito mais complexo que os Game & Watches, e foi a persistência de Okada que insistiu com os seus superiores que o Gameboy foi o que foi o mercado, mesmo havendo já na altura consolas com cores no ecrã.



Talvez o maior flop de sempre da Nintendo tenha sido o Virtual Boy, um sistema de realidade virtual que confundia quem o via na altura. Não só a realidade virtual era algo inédito como o seu sistema de tripé confundia o utilizador. Porque o objectivo era jogar assim:

Este era um ecrã LED monocromático onde as cores eram o vermelho e o preto.

O porquê das cores? Porque o ecrã cintilava e o preto e o vermelho ajudavam a disfarçar o efeito.



O LAG gigante, a blindagem para a radiação e o facto de a Nintendo não ter conseguido um CPU mais potente, levaram ao abandono do projecto, mesmo antes de se saber se o mesmo fazia mal aos olhos. Mas de virtual e de gameboy aquilo tinha muito pouco…

Mas porque falar deste projecto falhado? Bem, porque na realidade a Nintendo e os seus projectos falhados foram a causa da criação do seu maior competidor, a Playstation.

A certa altura a Nintendo juntou-se à Sony para criar um sistema baseado em CDs que pudesse ser a consola mais impressionante alguma vez lançado no mercado. Mas a Nintendo achava que o contrato que tinha com a Sony não era o melhor para si e resolveu voltar atrás no projecto. E em vez de re-negociar o acordo, fizeram outro com a Philips que resultou num falhanço completo e onde a Philips perdeu mil milhões de dólares.

Este acordo duplo levou a que a Sony quebrasse o contrato e se lançasse de forma independente com a Playstation, criando uma nova era nos videojogos.

Na altura a Nintendo ficou para trás e nunca mais recuperou. A Square largou a Nintendo quando viu o que podia fazer em CD quando a Nintendo insistia (e insiste) nas cartridges, uma ideia que ainda hoje na Switch a Nintendo não abandona, mesmo que isso encareça tremendamente os seus jogos e a segurança das suas consolas nada ganhem com isso.



Saltemos agora para 2006, altura em que a Nintendo possuía já uma imagem de uma empresa de jogos familiares de elevada qualidade e um fabricante de consolas, e igualmente ano de lançamento da sua consola de maior sucesso, a Wii.

Nessa altura uma situação ensombrou a consola, a quebra do cordel que ligava os Wiimotes à correia de pulso, e que levou a Nintendo a proceder à troca dos mesmos.

O que talvez a maior parte das pessoas não saiba é que essa troca não foi feita de livre vontade. O que se passou é que a Nintendo foi bombardeada com processos em tribunal que alegavam que os cordéis em causa estavam destinados a quebrar uma vez que não possuíam resistência suficiente.

E perante esses factos, numa tentativa de acabar com os processos a Nintendo avançou “de livre iniciativa” com a troca de 3.2 milhões de correias.

Infelizmente para a Nintendo os processos não foram retirados nem com este seu “gesto de bondade”, e o resultado final do mesmo é talvez desconhecido de muitos.



Apesar de este processo nunca ter tido uma conclusão, tendo sido terminado em 2010, o juiz que arquivou o processo alegou algo bastante caricato:

Reconhecendo que o cordel não possuia a resistência adequada, este refere que a correia existente teria, eventualmente, sido concebida apenas para que o controlador não se perdesse atrás de uma almofada, e não para o impedir de voar da mão. E se o juiz diz… está dito! Seria certamente por isso que desde o lançamento da consola a Nintendo tinha na mesma avisos que ainda hoje existem que explicam que deveriam colocar a correia para que o controlador não voasse da mão.

Se calhar este Juiz nunca ligou uma Wii… ou esta perdeu-se nas almofadas do seu sofá!

Numa outra nota onde a Nintendo é única, temos de falar dos avisos de “takedown” que a Nintendo tem enviado aos milhares para os Youtubers que lidam com conteúdo Nintendo. Pessoas que no fundo não estavam sequer a dizer mal da marca, mas apenas a analisar os seus produtos, e que juraram agora nunca mais lidarem com a Nintendo.

Estas análises, boas ou más, são opiniões e mais nada. Algo que todos possuem direito a ter! E sendo o jogo em causa adquirido legalmente, a Nintendo só se prejudica a si mesmo com isto.



E esta é uma realidade diferente da Nintendo que muitos desconhecem, mas que é totalmente verdadeira.

 



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