A PS4 Pro está quase aí. E com ela os patches que acrescentam suporte dedicado à mesma. Patches esses que ocupam espaço em disco em todas as consolas. Pro ou sem ser Pro!
Com a PS4 Pro a Sony criou algo inédito até hoje no universo das consolas. Uma fragmentação de mercado!
Uma fragmentação que leva a que a partir de agora qualquer jogo que seja visualizado leve a questionar: “Mas em que consola está isto a correr?”
As diferenças gráficas e de performance entre as duas consolas, a PRO e a PS4 são uma realidade, e como tal isso leva a que a unicidade de mercado que até hoje aconteceu, esteja quebrada. Um video na PS4 deixa de representar aquilo que qualquer um terá em sua casa, mas sim aquilo que os possuidores daquela versão da consola terão em sua casa. E ver um video da PS4 a correr bem não significa que a versão PS4 base corra igualmente bem!
E nem falamos de jogos 4K, até porque se a Pro se limitasse a correr a 4K os jogos da PS4 nada teriamos a dizer, mas sim das vantagens da Pro ao correr jogos 1080p.
Exemplos (abram as imagens num novo separador para verem a resolução total):
Titanfall 2
PS4 Standard
Resolução nativa – 900p
PS4 Pro a 1080p
Resolução nativa- 1080p downsampled de 4K!
Esse foi um dos motivos pelos quais nunca aceitamos com bons olhos estas consolas de meio de geração. Porque esta fragmentação era esperada. São os mesmos jogos, mas não são iguais! E as diferenças entre os jogos nas duas consolas são basicamente iguais ou até piores ao que existia entre a Xbox One e a PS4.
No entanto, no meio de tudo isto, havia um raciocínio que se aplicava e que tornava a situação mais tolerável. Os possuidores da antiga PS4 em nada eram prejudicados com isso! Na realidade os possuidores da PS4 Pro eram efectivamente beneficiados com grafismo e performance superior, mas os possuidores da antiga PS4 em nada eram prejudicados, e nada se alterava. A consola continuava explorada ao máximo, tal como seria se a Pro não existisse!
Mas será que é bem assim?
É que com o aparecimento dos patches de suporte à PS4 Pro, aquilo que estamos a ver é que descargas de patches com alguns Gigabytes e que são igualmente efectuados na PS4 base. E não é só o download que é grande, o incremento do espaço ocupado pós patch também o é, o que significa que não há uma mera substituição de ficheiros, mas igualmente um acréscimo.
É certo que esta consola base pode beneficiar do HDR, mas um patch que acrescenta 7 GB à dimensão do jogo, como já vi ocorrer, não se destina certamente apenas a acrescentar HDR!
Naturalmente torna-se difícil de saber o que ali é efectivamente destinado ao suporte da PS4 Pro, e o que é parte de algum tipo de melhoria geral colocada no jogo, sob a forma de correcção de bugs ou outras. Mas o certo é que a questão sobre se os possuidores de consolas PS4 standard não estão a ter de sobrecarregar os seus discos com código adicional que em pouco ou mesmo nada os favorece, se pode e deve colocar.
Estes patches de suporte à PRO deveriam ser feitos separadamente de tudo o resto. Não só por uma questão de correcção e respeito pelos utilizadores que já existem e que podem assim saber quando espaço vão ter de sacrificar do seu disco para algo que não lhes interessa verdadeiramente pois quando muito, e apenas uma pequena percentagem, usufruem do HDR, mas, e idealmente, só deveriam ocorrer caso o sistema fosse efectivamente uma PS4 Pro. Afinal qual a lógica de os restantes utilizadores terem de descarregar algo que no fundo só lhes ocupa espaço em disco?
Daí que cara Sony… mostre um bocadinho de respeito com quem tornou a PS4 um sucesso! Com quem permitiu que com esse sucesso a empresa saísse do risco de bancarrota, e quem continua a apoiar a empresa e a consola, apesar de se ter colocado um produto superior no mercado e criado uma fragmentação que se considera inaceitável neste tipo de produtos.
E não forçar os utilizadores da consola base a meter aquilo que é basicamente lixo nos seus discos seria o mínimo aceitável. Mas se isso não for possível, ao menos separar o patch de suporte de outras correcções, quer tornando-o opcional ou, no mínimo,de forma a que se saiba ao certo quanto lixo é que está a entrar nos sistemas de quem não precisa dele.
É só uma questão de respeito! Acho eu!