Quem já teve um plasma poderá ter experimentado Burn In de imagem, e saberá o que é. Os LCDs basicamente não possuem o risco de Burn In, mas o mesmo não está ultrapassado, uma vez que os Oled trazem de novo esse risco para o mercado.
A imagem que ilustra este artigo é demonstrativa do que é o Burn In. O que ali temos é um ecrã de um iPhone X com ecrã Oled, e o que vemos é que o ecrã, apesar de neste momento não apresentar nada, possui manchas relativas à presença de icones em determinados locais e que, uma vez removidos, afectam a uniformidade de cores da imagem.
O Burn In foi algo muito comum durante a era dos Plasmas. Nem todas as TVs plasmas sofriam da mesma forma, mas a realidade é que este era um risco com bastante probabilidade que existia nessas TVs.
Apesar de queixas regulares sobre este assunto, as mesmas atingiram um pico durante a transmissão dos jogos olímpicos, onde as TVs, durante horas a fio, apresentavam o logótipo dos jogos olímpicos num dos cantos superiores. E a “sombra” deste logótipo mantinha-se visível quando o mesmo era removido e se passava a emissão para outro canal onde o canto estava limpo.
Eis um exemplo de burn in num ecrã plasma:
Há no entanto dois tipos de Burn In. Ambos são efectivamente a mesma coisa, mas distinguem-se pelo facto de a sua duração ser diferente.
Temos assim o Burn In normal, que acontece quando algo fica marcado no ecrã e não desaparece.
E o denominado “Image retention”, um burn in temporário, que desaparece com o uso, ou no caso dos televisores Oled, com o uso do software mitigador que estes possuem.
Eis um exemplo de Image retention, numa TV CRT antiga.
Basicamente o efeito do Burn In é uma descoloração ou alteração das cores causada pela manutenção durante longos períodos de pixels fixos.
Os CRT, ao possuírem uma camada de fosforo no vidro, que era excitado pelos fotões emitidos, era propício a este tipo de de situações. No entanto a retenção não era permanente, e a continuidade do uso da TV levava ao desaparecimento da imagem retida.
Fosse como fosse, a retenção de imagem nunca era um efeito desejado. Não só estragava a visualização enquanto permanecia, como o facto de o mesmo existir significava que havia degradação de imagem, ao alterar constantemente as cores do ecrã.
Os CRTs modernos era menos susceptíveis a este problema devido à colocação de uma camada de alumínio por detrás do fósforo, o que protegia o mesmo.
Basicamente, com o quase desaparecimento deste efeito causado pelos ecrãs CRT mais modernos, os Plasma foram uma má experiência. Apesar de, no fundo, qualquer tipo de ecrã correr o risco de Burn In, os LCD por norma são pouco afectados e pode-se mesmo dizer que não sofrem muito deste problema. Mas isso nem sempre foi assim tão linear, até à cerca de 10 anos, os LCDs, apesar de menos susceptíveis que os plasma, podiam igualmente ter esse problema. Eis um caso de Burn In num LCD de 2008 que por norma transmitia sempre a CNN.
O problema ressurgiu agora novamente à pouco tempo com os OLED, onde as variações de luminosidade podem causar alterações de cores notórias ao longo do tempo, especialmente nas cenas com predominância nos Vermelhos, Azuis e Verdes, mas que podem acontecer com outros tons.
Diga-se que, segundo os websites especializados, devido ás tecnologias actualmente existentes nas TVs, que movem os pixels de local, a probabilidade de Burn In num OLED desceu actualmente para valores bastante baixos. Mas no entanto, apesar deste número, as queixas aparecem, especialmente ao fim de alguns anos de uso, e mesmo com taxas de probabilidade baixas, a realidade é que os fóruns de queixas possuem pessoas… a queixar-se. Sejam estas as pessoas a quem “saiu a fava”, ou não, a realidade é que as queixas existem, e os OLED, pelo seu preço, são um pesado investimento no qual não se pode por isso ignorar esta realidade.
A já explicada retenção de imagem (our Burn In Temporário) é a queixa mais comum, e esta pode ser removida ou amenizada com o software interno dos OLED. Mas quando esta começa a tornar-se regular, a probabilidade de burn in definitivo é uma realidade.
Convêm antes do mais deixar claro que há apenas um fabricante de Oleds em todo o mundo: A LG! as restantes marcas com TVs com estes ecrãs, adquirem-nos à LG! Daí que não se pense que há tecnologias de prevenção muito diversas aplicadas pelas diversas marcas com ecrãs Oled, pois na realidade o fornecedor e detentor da tecnologia é só um.
Para se perceber o risco de Burn In, o website Rtings testou seis Tvs Oled. Neles activou todas as medidas de protecção contra este efeito, e colocou os mesmos a uso.
Ao fim de 5000 horas (60 semanas) os resultados eram os seguintes (vamos só colocar as cores onde os efeitos são mais notórios):
CNN ao vivo (brilho máximo):
Cnn ao vivo – Normal
NBC ao vivo
Futebol
Call of Duty: WW2
Fifa 18
O concluído nesta fase foi que a visualização de programação com conteúdos gráficos semelhantes aos da CNN eram danosos para as TVs Oled.
Já o resto possuía pouco impacto. Há um pouco de afectação no vermelho no desporto, e igualmente no Fifa 18, mas pouco significativo.
O teste no entanto prosseguiu, e ao fim de 72 semanas os resultados eram os seguintes (e vamos colocar só o vermelho por ser o que se nota mais):
CNN ao vivo (brilho máximo):
O efeito aumentou ainda mais. Se a imagem já estava danificada, ficou ainda pior!
Cnn ao vivo – Normal
Apesar de o aumento ter sido menor que no caso anterior, o efeito de Burn In aumentou.
NBC ao vivo
O pequeno Burn In que existia do lado inferior direito aumentou ligeiramente. Mesmo assim ele passa despercebido.
Futebol
Aquilo que antes eram quase imperceptível, agora começa-se a notar de forma clara, na parte inferior central da TV.
Call of Duty: WW2
Se há alguma alteração, ela é imperceptível.
Fifa 18
Pode ser difícil perceber-se, mas o efeito de burn in está lá. Sigam este link para uma imagem de maior resolução.
A realidade é que estes testes duraram milhares de horas… Mas a realidade é que na prática podemos até estar uma vida sem Burn In… ou apenas alguns dias.
Eis um caso com um LG C8 que apresenta Burn In ao fim de apenas uma semana de uso.
Conclusões
O Burn In é infelizmente algo que ainda faz parte das nossas vidas, sendo que a melhor forma de se fugir a ele de forma quase garantida é pelo uso de tecnologia LED\QLED. Apesar de tudo, mesmo no OLED, o risco de Burn In é baixo. especialmente se as TVs tiverem um uso mais variado. A grande questão é que como risco baixo ou não, o Burn In é uma realidade da qual ainda não nos livramos e que existe actualmente, particularmente nos OLED, TVs de preço mais elevado, sendo que por isso ele terá de ser tomando em conta quando da escolha de cada um, pensando-se na altura os prós e os contra desta tecnologia. Afinal a probabilidade de o termos é baixa… mas quando ela não é nula, há sempre alguém a quem sai a fava!