A Apple é uma das empresas que nos bastidores está a tentar fazer com que seja proibida a reparação dos seus produtos fora dos serviços oficiais da marca.
Muitos serão os leitores deste website que já recorreram a serviços de terceiros para reparação dos seus aparelhos, evitando assim os preços mais elevados praticados pelas marcas.
No entanto, estas situações são algo que as marcas não querem. Alegando situações diversas, mas mais especificamente o facto de o serviço poder ficar mal feito, afectando posteriormente a imagem da marca, várias são as empresas que tentam forçar que as reparações dos seus produtos sejam feitas exclusivamente nos serviços oficiais.
Ora isto não seria verdadeiramente problema nenhum, não fosse pelo facto de, comparativamente a serviços de terceiros igualmente bem feitos, as marcas levarem “couro e cabelo” pelas reparações. Aliás, recentemente, publicamos aqui uma história relativa aos tractores John Deere, e onde a marca bloqueia os tractores que recebem peças não instaladas nos serviços da marca, obrigando a que se pague depois uma taxa para os mesmos serem desbloqueados.
É nesse sentido que há uma proposta de lei a decorrer nos Estados Unidos que se chama a “Fair Repair Act” e que obriga os fabricantes a vender as peças e ferramentas de reparação ao público em geral, proibindo os bloqueios por software que bloqueiam as reparações fora da marca, e obrigando mesmo as empresas a fornecer guias de reparações ao público.
Aqui há várias marcas suspeitas de se estarem a opor à lei, entre as quais temos a já referida Apple, que está a atuar nos bastidores nos 11 estados onde a mesma foi introduzida. Uma suspeita que ganha mais consistência agora que foram publicadas listas que indicam as empresas que já forneceram incentivos financeiros tentado minar a lei.
De acordo com a Comissão conjunta de Ética Pública, as empresas são a Apple, a Verizon, Toyota, a Lexmark, a Caterpillar, a companha de seguros por telefone Asurion e a empresa de equipamentos médicos Medtronic, sendo que todas são acusadas de já terem gasto dinheiro no sentido de minar a legislação. A Consumer Technology Association, que representa centenas de fabricantes de electrónica, também está a atuar num Lobby contra a legislação.
Apenas para quem não sabe, um lobby é o nome que se dá à atividade de influência, ostensiva ou velada, de um grupo organizado com o objetivo de interferir diretamente nas decisões do poder público, em especial do poder legislativo, em favor de causas ou objetivos defendidos pelo grupo.