Análise: Tumble

Preambulo:

Começo esta análise com uma confissão: Não sou apoiante do conteúdo digital ou mesmo de seja o que for que requeira obrigatoriamente acessos à net para comprar, manter ou utilizar.

São situações que não se tornam vantajosas para o cliente, mesmo que os custos de aquisição possam ser inferiores. Sou, e espero continuar a ser um coleccionador, e adquiri assim, ao longo dos anos, umas largas centenas de jogos para as mais diversas consolas que possuí ao longo da vida, e que ainda hoje se encontram funcionais e me dão gosto usar. Dar o custo de um software tem de ser forçosamente adquirido pela internet, ou que necessita dela para funcionar, apenas para me ver privado dele passado uns anos, e isto porque devido ao fecho da empresa ou abandono do suporte, esses servidores foram fechados, não é para mim. Quando compro algo é para possuir, e daí que nem sequer sou grande apologista de alugueres (normalmente a preços exageradamente altos) pois, geralmente, prefiro abdicar da quantidade, mas juntar mais um bocado para que quando acedo ao que realmente quero e gosto, tenha acesso ilimitado e intemporal ao mesmo.



Tumble é um exclusivo PS3, e apenas pode ser adquirido através de compra Online, pela PSN. Ora dado que as compras online na PS3 não podem ser algo de backups, estar a dar dinheiro por um jogo que, para o manter, tenho de rezar para que o disco não se avarie, pois caso contrário, daqui a uns anos, e com o abandono da PS3, ficarei de mãos a abanar e sem possibilidade de o repor, não me agrada mesmo nada.

Mas infelizmente para mim, Tumble é bom demais para que eu lhe consiga passar ao lado, e tendo ficado fascinado com a Demo, tive mesmo de o adquirir, quebrando assim uma premissa minha de que nunca iria aderir a este tipo de situações.

A análise:

Como já foi referido, Tumble é um exclusivo PS3, sendo também um exclusivo PSN, e ainda é um exclusivo Move, dado que o jogo terá de ser forçosamente jogado com estes comandos de movimento da Sony.

È igualmente um jogo que pelo seu visual extremamente polido e simples, bem como pela sua jogabilidade simples, nos transporta novamente à nossa infância. E digo isto porque a base do jogo é brincar com blocos. Erguer as torres mais altas possíveis com os blocos que possuímos, só para depois as deitarmos abaixo de novo.



Com puzzles variados e imaginativos, e podendo ser jogado a meias com outro jogador, Tumble utiliza da melhor forma os comandos de movimento para agarrar as peças e as rodar, forçando a que o mesmo cuidado que teríamos na vida real em pousar um bloco no topo da torre de forma a que esta não balance e caia, tenha de ser usado. É pura e simplesmente a melhor implementação das capacidades dos move que vi até ao momento, com movimentos em todas as direcções, incluindo profundidade, rotação, inclinação, etc, e que mostram bem as reais capacidades destes periféricos.

Aqui, ao contrário do que acontece com a Wii onde a direcção do comando é detectada pela barra de infravermelhos, mostrando uma mira no ecrã, a direcção é tomada em conta pela PS Eye, e o que vemos no ecrã é uma réplica do nosso comando, e do qual, na sua extremidade, é emitido um laser que serve de referência para apontarmos às diversas peças com que temos de trabalhar.

Estas peças possuem pesos, aderência, formas e materiais dos mais variados, pelo que nem sempre nos limitaremos a colocar indiscriminadamente as peças umas sobre as outras. Aliás em puzzles de bónus mais complexos e onde a geometria das peças não se enquadram umas com as outras, é com as características dos materiais que temos de jogar, apoiando de forma periclitante peças com matérias de grande atrito, para que estas se mantenham estáveis sem escorregar.

A realidade do jogo é que este não podia ser mais simples e os controlos não podiam estar melhor implementados. Para o que se pretende, o jogo é pura e simplesmente perfeito, sendo depois uma questão de se gostar ou não gostar.



O único defeito que aponto a este jogo é à câmara que, apesar de poder ser controlada livremente pressionando o botão Move e movendo o comando, se recusa a descer a um nível suficientemente baixo para uma total visão das peças no chão, obrigando assim a rodar a mesma de uma forma desnecessária. Colocar um botão com a função de se obter um ângulo mais amplo que abrangesse todas as peças era uma opção simples e que poderia facilmente ter sido implementada.

Fascinante é igualmente a recalibração do comando. Quando por exemplo, jogamos a pé, mas nos queremos sentar, teremos de indicar ao jogo que aquela posição não é um simples movimento do comando, mas que passará a ser o novo centro de jogo. Ora para efectuar essa alteração basta pressionar o botão circulo. Simples e super eficaz.

Os puzzles começam de forma muito simples, alternado com desafios de demolição, mas com o progresso começam a complicar, exigindo conhecimento das características dos blocos, das suas formas, peso e rugosidade. Mais ainda, a plataforma base diminui de dimensões, ganha igualmente atributos e até inclinações. Depois aparecem outros obstáculos como ventoinhas ou objectos móveis que temos de evitar ou compensar para fazer-mos a nossa torre.

E se tudo é simples até à altura que atribui a medalha de bronze, daí para cima torna-se mais complicado, pois a queda da torre passa a significar o fim do jogo. Quer isto dizer que o Bronze até está acessível, mas as medalhas de prata e ouro são mais difíceis de obter.

Curiosamente joguei um nível onde, após ter colocado o último bloco disponível, a altura da torre atingida não chegava para o ouro. Apercebi-me então que alguns blocos não eram exactamente quadrados mas sim rectangulares, apesar de não parecerem. Havia que desfazer a torre toda, peça por peça, sem que caia pois já foi passada a altura necessária à medalha de bronze, para rodar as peças de forma a conseguir a altura necessária.



Mas é no polimento geral do jogo que este brilha. Um grafismo simples, mas extremamente bem conseguido, com blocos realistas e coloridos, usando igualmente materiais de aspecto realista. Uma narração impecável, e em Português, com uma voz feminina atraente, sexy e sem falhas. E acima de tudo uma banda sonora FABULOSA retirada de diversos concursos televisivos (o elo mais fraco vem-me à cabeça), que atrai e consegue criar alguma emotividade num jogo até bastante simples.

Tumble impressiona a cada oportunidade que tem, e é um jogo que deve constar da lista de todos os possuidores do PS Move. Digo mesmo que é um jogo simples e divertido como à muito tempo já não via, e que se recomenda vivamente.

PCMANIAS: Análise a Tumble
Gráficoswww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.com
Nem de longe os melhores que alguma vez se viram, mas isso não importa. Para o que o jogo pretende, os gráficos são pura e simplesmente perfeitos, e isso é tudo o que interessa.
Somwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.com
Fabuloso. Cativante e stressante. Retirado ou baseado das bandas sonoras de concursos de TV, o som revela-se igualmente perfeito, e isto num jogo onde o som até seria a componente que menos interessa.
Jogabilidadewww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.com
Aqui poderá entrar alguma componente de subjectividade, como acontece com todas as reviews, mesmo as das revistas, ao expressarem a opinião de quem analisa. Mas como referi este foi o jogo que me fez quebrar a premissa de não comprar nunca conteúdo 100% digital, pelo que não posso deixar de lhe dar a nota máxima
Atracçãowww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.com
Eu estou viciado. Poderá ser um daqueles jogos que uns amam, outros detestam, mas uma coisa é certa. A sua jogabilidade é simples e viciante, e os puzzles são muito bem conseguidos. E com diversas medalhas a ganhar incluindo as associadas à qualidade e rapidez da resolução, é um jogo que irá trazer muitas vezes o jogador de volta
Overallwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.com
Ao vermos 5 estrelas em todos os sítios e a classificação máxima surge a questão. É este jogo melhor do que Call of Duty Black Ops ou do que Gran Turismo? Não, não é! Mas a questão é que nem pretende ser. É um estilo diferente e muito mais simples, mas que engloba na perfeição todo aquilo que pretende recriar. Os gráficos são perfeitos para o pretendido, o som tambem, e a jogabilidade é excelente. E acima de tudo apenas custa 9.90€. Um título de pequenas ambições, e pequeno custo, que se revela perfeito dentro das suas características. Este jogo é um 'chupa-chupa', os outros dois aqui referenciados são uma 'refeição completa', e como tal incomparáveis, dado que acabam por ser petiscos diferentes. Mas a verdade é que dentro dos 'chupa-chupas', este é perfeito, e daí a sua nota. E se poderá ser um jogo de 'amo ou odeio', a demo está disponível gratuitamente para testarem e é uma boa amostra do jogo total. Aqui, amou-se!

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