Análise: Playstation 3 Move

PS3 Move e Kinect são a resposta da Sony e Microsoft aos comandos de movimento da Nintendo e usados na Wii, os já famosos Wiimotes.

Se uma análise mais profunda ao Kinect terá de ficar para mais tarde (apesar de já termos jogado com ele), é altura de analisarmos o Playstation Move, de forma a vermos que tal este se porta.

 

Custo:

Antes do mais convêm desmistificar o custo de um sistema Move. É que este pode variar tremendamente conforme o que o utilizador já possui ou não possui.



Para se usufruir dos comandos Move é necessário quatro requisitos mínimos:

1 – Um sistema PlayStation 3 – Preço mínimo 280 euros.

2 – Uma câmara PlayStation Eye – Pode ser adquirido no starter pack, juntamente com a câmara por cerca de 60 euros.

3 – Um comando Move – Pode ser adquirido no starter pack, juntamento com o Move por cerca de 60 euros.

4 – Um jogo compatível com o Move. – Preço mínimo 40 euros.

Outros requisitos para se usufruir totalmente do sistema passam por:



– Segundo comando Move – Preço mínimo 40 euros.

– Um comando de Navegação. – Preço mínimo 40 euros.

Quer isto dizer que quem não possuir absolutamente nada e quiser usufruir da totalidade do que o Move tem para oferecer, terá de adquirir tudo isto. Existem contudo bundles da consola já com um move e a câmara, que ficarão (mais cêntimos, menos cêntimos), à volta de 350 euros, permitindo assim uma poupança considerável. Independentemente de tal, por aqui se conclui que apenas os interessados num sistema PS3 deverão ponderar este tipo de compra, pois aqueles que o fazem pelo facto de existirem comandos de movimento, poderão adquirir uma Wii, com uma extensa livraria de jogos de altíssima qualidade e pensados para comandos de movimento, por cerca de 200 euros, aos quais acrescem mais 45 euros para um segundo comando Wiimote com Wiimotion Plus incorporado, num custo total de 245 euros.

Para quem já possui uma PS3, o custo do sistema variará entre os 40 euros (para quem já possui PS3, PS Eye e um jogo compatível Move, abdicando do segundo Move e do comando de navegação que pode ser substituído pela PAD da PS3), e os 180 euros para quem apenas possuí a PS3 e pretende a totalidade do sistema.

Os comandos

O Move é um comando sem fios que à semelhança das pads de controlo PS3 se liga por Bluetooth. Possui lateralmente um botão Start (lado direito) e um botão Select (lado esquerdo). No seu topo tem o tradicional botão Playstation, um botão Move, que normalmente faz as vezes do botão X, os quatro botões Playstation (X, quadrado, circulo, triangulo), e na parte inferior um gatilho (botão T) semelhante ao do Wiimote.



Possui uma bola no seu topo, capaz de conseguir 16 milhões de cores diferentes, mas que, curiosamente tem tendência a assumir tonalidades rosa. Já com um segundo comando Move ligado, este tem tendências para assumir tonalidades azuis. Estes comandos podem inclusive ser usados no XMB (menu principal da consola), bastando para isso pressionar o gatilho inferior e movimentar o comando para a direcção desejada.

É um produto que podia no entanto ter sido bem melhor caso tivesse sido criado como foi idealizado.

Compatibilidade

Apesar de a lista de jogos anunciados com compatibilidade Move chegar já aos 64 títulos, actualmente a realidade é bem diferente, onde apenas 14 títulos podem ser escolhidos. É verdade que foram já anunciados muitos mais que deveriam estar à venda neste período, mas listarei apenas aqueles que realmente vi comercializados.

– Heavy Rain



– Resident Evil Gold Edition

– Eye Pet

– Kung Fu Rider

– Sports Champions

– The Fight



– The Shoot

– Start the Party

– TV Superstar

– Get Fit with Mel B

– Brunswick Pro Bowling



– Pro Stroke Golf

– World Championship Darts

– Zumba Fitness

Felizmente, para os possuidores de Heavy Rain e Eye Pet, jogos que já estão no mercado à mais tempo, existem patches para acrescentar a compatibilidade com o Move. Já em Resident Evil 5, igualmente antigo, alegando-se dificuldades técnicas, tal não existe, forçando à aquisição/troca pela versão Gold Edition.

Para a lista total de títulos anunciados, consulte este link.



O teste

Neste teste utilizamos dois comandos PS3 Move, que serviram para se jogar os seguintes jogos:

Eye Pet, Heavy Rain, Start The Party, Sports Champions (demo), Echochrome (demo) e Tumble (demo).

Sports Champions

O primeiro jogo testado, por ser o mais semelhante com a experiência Wii foi Sports Champions. E as primeiras impressões nem foram nada de mais. Sports Champions é uma cópia do que Wii Sports oferece, apenas usando um grafismo mais poderoso conseguido à base da potência da PS3.

Mas contudo uma análise mais cuidada revelou algumas diferenças que, apesar de poderem parecer subtis, acabam por fazer toda a diferença.

Se se recordam da nossa análise a Grand Slam Tennis para a Wii, já efectuada em 2009, referimos como o Motion Plus permitia a detecção da rotação da raquete, coisa que anteriormente não acontecia sem o seu uso. Efectivamente o Wii Motion Plus acrescente ao Wiimote um giroscópio capaz de detectar esse tipo de movimentos, tornando assim as coisas mais realistas. O mesmo se passa com o Move, mas de uma forma ainda mais perfeita.



Em Sports Champions a requete (neste caso de ping pong) não se encontra fixa nas mãos do jogador. Ela replica exactamente na perfeição os nossos movimentos e não se trata de um boneco com uma raquete controlado por nós, ali nós somos a raquete e são os nossos movimentos que estão em causa. A rotação do comando é essencial pois ter a superfície da raquete a apontar para cima ou para baixo fazem toda a diferença no efeito aplicado à bola. E se na wii, apenas se mede a rotação relativa do comando face à posição inicial, aqui, graças à bola luminosa do Move, a raquete encontra-se sempre na mesmíssima direcção e posição que o comando assume.

Quer isto dizer que na Wii podemos estar a jogar de lado para a TV. A posição do jogador é irrelevante pois apenas a rotação relativa é medida. Já na PS3, se começarmos com o comando a apontar para o lado, a raquete estará a apontar no mesmo sentido. Vantagens e desvantagens à parte isto torna o sistema perfeito para a realista reprodução 1:1 de movimentos.

É o realismo levado ao extremo, e um efeito que não é conseguido com os Wiimotes, e que não pode ser feito no Kinect excepto se segurarmos na mão algum objecto que possa ser reconhecido, mas que mesmo assim não conseguirá nunca ser reproduzido de forma tão fiel. Note-se que isto não é um defeito do Kinect, mas apenas uma diferença real devido às diferentes abordagens tomadas (análise dos movimentos do objecto que seguramos no Move, e análise dos movimentos do corpo do jogador no Kinect).

O restante jogo apresentado na demo, o lançamento do disco, apesar de aparentar muito mais sensibilidade e uma boa aproximação à realidade, no fundo, pela simplicidade de jogo envolvida mostrou-se em tudo semelhante ao que já foi visto com um Wiimote com Wii motion plus, com a grande diferença do grafismo melhorado da PS3.



 

Echochrome II

Echochrome é um jogo de luzes e sombras e onde o Move tem um papel especial. Funcionando como uma lanterna na mão do jogador, iremos movimentar o mesmo de forma a que as sombras no ecrã permitam à pequena personagem deslocar-se sobre as mesmas de forma a atingir o seu objectivo. Acaba por ser um jogo extremamente simples no seu funcionamento, sendo contudo um bom quebra cabeças.

Mas mais importante do que a qualidade do jogo em si é a forma com o Move interage com ele. Aqui e à semelhança do que já referimos na parte de ping pong do jogo anterior, a posição do move é tomada ao mais pequeno pormenor. É mais um excelente exemplo da perfeição de movimentos que o Move consegue, batendo o que já foi visto na Wii, mesmo com a adição do Motion Plus.



 

Start the Party

Start the Party foi o melhor exemplo do que o Move é capaz. Neste jogo ao bom estilo Eye Toy interagimos com várias situações que se passam no ecrã, sendo que a personagem que encarnamos somos nós mesmos.

Mas toda e qualquer semelhança com um jogo Eye Toy acaba aí. Aqui estamos bastantes níveis acima do que essa tecnologia oferecia.



Para começar é tolerada a presença de outras pessoas e movimentos no ecrã. Aqui o que interage com a consola não é a parte do corpo que mexemos, mas sim exclusivamente o que seguramos na mão. E é impressionante ver que os movimentos que efectuamos são reproduzidos sem qualquer delay e numa precisão 1:1 total no ecrã. Start The Party mostra que se o Kinect pode fazer um bom jogo de Star Wars com sabres de Luz, o Move pode fazer ainda melhor, com perfeição de controlo total e com um delay incomparavelmente menor ao do Kinect (ver capítulo DELAY).

O detalhe de Start The Party chega ao pormenor que, por exemplo, no jogo onde seguramos uma espada para cortar frutos, caso acertemos nos frutos com a parte romba (não afiada), ou com o lado da espada, o objecto não será cortado, mas antes projectado noutra direcção. Parece um mero pormenor, mas mostra bem a perfeição que atingimos com este comando.

Start the party peca por não ser um grande jogo, mas é uma excelente montra tecnológica para o Move e que mostra bem a sua superioridade sobre o Wiimote, e mesmo sobre o que o Kinect até ao momento mostrou no tocante à reprodução 1:1 de movimentos de objectos que possuímos nas mãos (perde contudo para este na parte de detecção do corpo do jogador que é feita de forma simplificada pelo PS Eye).

Eye Pet e Heavy Rain

Junto estes dois jogos porque os mesmos são adaptados ao Move, não tendo efectivamente sido concebidos para ele.

Heavy Rain acaba por tornar a experiência um pouco mais realista ao substituir movimentos do joystick por movimentos do Move mais aproximados ao que a personagem está efectivamente a fazer. No entanto, apesar da troca os movimentos foram concebidos sem ter o Move em mente, pelo que este não se torna uma referência do gênero e nem o jogo ideal para demonstrar aquilo de que o Move é capaz.

Já Eye Pet é um bocado diferente. O Move essencialmente não lhe traz nada de novo, porque, mais uma vez, o jogo não foi pensado e concebido para ele, sendo apenas uma adaptação, mas no entanto o Move consegue trazer uma nova dinâmica ao jogo ao se revelar bastante mais simples de gerir do que o Magic Card que substitui.

Se o Magic card exigia uma perpendicularidade à câmara para ser detectado, e funcionava mal em ambientes de pouca luminosidade, o mesmo não se passa com o Move, detectado na perfeição pela câmara.

Mais ainda, o move permite facilmente inclinar os objectos que nos aparecem nas mãos, tal como em Start The Party, uma tarefa difícil com o Magic card onde uma rotação excessiva poderia fazer com que este deixasse de ser reconhecido para câmara.

Tumble

Apesar de os jogos que já tinha testado tinham chegado para concluir que o Move é um excelente produto, por curiosidade ou não, Tumble foi o ultimo jogo que testei, e sinceramente, com este é que me passei completamente. Este é um jogo que não me vai escapar mal chegue às lojas, pois considerei-o absolutamente fabuloso e a melhor implementação que já vi para o uso dos Move.

Trata-se muito simplesmente de um jogo de blocos, onde o objectivo é simples: fazer com eles a torre mais alta possível.

Este é um jogo simplesmente perfeito, onde a simplicidade se conjuga com um grafismo simples mas extremamente polido e uma banda sonora excitante.

Mas esqueçamos o jogo. É o Move que está em causa, e aqui neste jogo temos de interagir com que está no ecrã e para isso temos de mover o Move para todos os lados, incluindo para dentro e para fora do ecrã, usando de movimentos cuidados e suaves, até porque em muitas situações essa é a diferença entre o sucesso e o insucesso.

Com este jogo vi o Move a ser usado na sua plenitude. Nada de shooters com detecção de para onde apontamos ou de jogos estilo Eye Toy. Aqui os movimentos são replicados em 1:1 num jogo de cautela, cuidado e precisão como nunca antes havia visto.

Curiosamente ou não, e tal é visível numa pequeníssima parte do vídeo que se segue, os comandos visíveis no ecrã emitem um pequeno laser colorido, e que mais uma vez fazem lembrar o jogo mais desejado de todos, um jogo Star Wars onde controlamos 1:1 o sabre de luz 🙂

Delays

O move é dos sistemas mais precisos do mercado, conseguindo detectar movimentos infímos. Poderá não ser o mais completo dada a complexidade e possibilidades oferecidas pelo Kinect (que esperamos analisar proximamente), mas de todos os sistemas com que já jogamos (Kinect incluído) é sem dúvidas o mais perfeito na reprodução de movimentos 1:1 do objecto controlado (e não do corpo do jogador).

A tal não é alheio o seu tempo de resposta baixo, que torna o delay super aceitável, e que nos jogos testados nos pareceu, no mínimo, igual ao oferecido pelos Wiimote. Já com o Kinect a experiência foi algo decepcionante, e em Kinect Adventures, no jogo das bolas estilo tiro à parede, para poder acertar nas mesmas tinha de efectuar o movimento de braços ou pernas quando a bola ainda estava a meio do caminho, e isto para compensar o delay. Aqui, com o Move, não se experimentaram esses problemas conseguindo-se efectuar o movimento no momento exacto. Mas é prematuro falar da concorrência, até porque, aparentemente, Kinect Adventures, o jogo que testamos nem é um dos melhores exemplos do que se consegue com o Kinect.

Espaço requerido

À semelhança do Wiimote, o Move não requer muito espaço e pode mesmo ser jogado sentado. O único ponto importante é que a PS Eye possa em todo o momento ter a bola luminosa do Move no seu alcance de captação, pelo que tudo o resto é irrelevante. Neste aspecto, excepto nos jogos onde é precisa a leitura dos infravermelhos, o Wiimote acaba por ser superior ao permitir, por exemplo, que uma pessoa passe à frente sem interferir com o jogo e de não precisar de estar no campo de visão de qualquer câmara.

Controlo 1:1

Como já foi referido anteriormente pela constatação em vários jogos, pelo que conseguimos ver, o Move consegue superar um Wiimote com Motion Plus na detecção perfeita da posição do comando e consequente replicar da posição do mesmo no mundo virtual. Nessa perspectiva, a da reprodução 1:1 de movimentos do objecto controlado, o Move revela-se o melhor sistema existente no mercado dado que o sistema Kinect da Microsoft se adequa mais à leitura da posição do corpo do jogador e não à leitura da posição do objecto virtual controlado por este. E apesar de eventualmente o Kinect poder ler objectos nas mãos do jogador está ainda por avaliar a sua capacidade de reproduzir os movimentos dos mesmos com detalhe e precisão suficiente para se poder comparar nesse campo ao Move, especialmente dada a distância a que os mesmos poderão estar da câmara. No entanto, mesmo que o Kinect consiga ler os objectos a rotação de objectos esféricos ou cilíndricos nunca será conseguida, daí a presente afirmação.

É nesse aspecto que o Move se distingue da concorrência. É algo superior ao sistema da Nintendo e diferente do sistema da Microsoft.

A avaliação e notas sobre o artigo

Avaliar este produto é um problema. É quase impossível com uma análise obrigatoriamente comparativa não criar situações que leve os fanáticos do sistema A ou B a entrar em discussões sem sentido e que não levam a lado nenhum. Por esse factor, e apesar de algumas inevitáveis referências comparativas aos sistemas da concorrência que aparecem no texto de cima, a avaliação que se segue será feita sem ter em conta a superioridade ou inferioridade dos sistemas que a concorrência tem para oferecer.

Assim, o que será avaliado será o produto Move para Playstation. Não estamos a avaliar face à oferta da concorrência, apesar de, como já foi dito, as referências comparativas serem inevitáveis, e vamos colocar cada macaco no seu galho, pois independentemente de poderem existir utilizadores que possuem várias consolas em casa, e aos quais deixamos a sua escolha sobre qual sistema devem comprar recair inteiramente sobre os seus gostos pessoais,  aqui avaliaremos o Move de uma forma estanque, isto é, sem considerar a comparação directa com o a tecnologia que a concorrência oferece, mas apenas como o comando de movimentos da PlayStation 3 e aquilo que ele oferece para esta consola. Este é um sistema exclusivo para a PS3 pelo que a comparação se torna quase irrelevante, particularmente para quem só possui um dos sistemas.

De referir ainda que este é um artigo sobre o Move e não sobre os produtos concorrentes,  e como tal ele é o produto em foco.

PCMANIAS: Análise ao PS3 Move
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É um sistema de detecção de movimentos quase perfeito. A detecção 1:1 dos movimentos é uma realidade perfeita e o seu baixo delay torna-o extremamente atraente. É sensível aos pequenos movimentos e de uma precisão impressionante. Uma grande adição a quem possui uma Playstation 3. Vamos contudo penalizar esta avaliação pelo custo que esta adição pode trazer para alguns utilizadores, particularmente aqueles que já possuindo uma PS3 ainda necessitam de tudo o resto
Softwarewww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.com
O suporte para Move está longe do ideal e há que aguardar ainda por títulos verdadeiramente apetecíveis. No entanto, para um sistema recente o software que apareceu tira bom partido das capacidades do sistema e entretém com qualidade, deixando água na boca sobre o que para aí poderá ainda vir .
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O potencial é tremendo, apesar de não ser verdadeiramente inovador No entanto a sensibilidade e capacidades do sistema permitem especular que ainda iremos ver coisas surpreendentes e inéditas
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É um sistema extremamente completo e complexo, nomeadamente no que toca à reprodução de movimentos 1:1 de objectos, coisa que faz com uma qualidade invejável.
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É um sistema indispensável para quem pretende jogos mais interactivos e baseados em movimento na sua PS3, e a sua qualidade não decepciona, abrindo possibilidades até então inéditas.

Clique se pretende explicações sobre este simbolo e o nosso sistema de avaliação



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