Introdução:
Na onda de sucesso dos restantes modelos da gama O!Play, a Asus decidiu criar um novo media tank que se destina àqueles que possuem menores exigências na forma como acedem ao conteúdo, como também se revela bastante mais económico que os restantes modelos, mantendo a qualidade que define a gama O!Play, bem como a possibilidade de reprodução de conteúdo em Full HD.
Anunciando-se compatível com os formatos MPEG1, MPEG2 ,MPEG4 ,RM ,RMVB ,VC-1 e H.264 nos containers TRP, MP4, MOV, Xvid, AVI, ASF, WMV, MKV, RMVB 720p, RMVB 1080p, FLV, TS, MTS, M2TS, DAT, MPG, VOB, ISO, IFO, M1V, M2V, M4V, suporte para áudio MP3, WAV, AAC, OGG, FLAC, AIFF, Dolby Digital AC3, Dolby Digital Plus, DTS 2.0 +Digital out e Tag ID3, e legendas SRT, SUB, SMI, SSA, ASS, IDX e TXT, este parece ser um aparelho ao qual nada escapa, revelando-se a escolha ideal para quem possui os seus filmes em discos externos USB, pen drives ou cartões de memória, particularmente devido ao seu preço apelativo de 69,90 euros.
A porta USB e o leitor de cartões 4 -in-1( SD/ MS/ xD/ MMC).
Ainda compatível com imagens no formato JPEG, BMP, PNG e GIF, este leitor de apenas 175 gramas de peso, 152 mm comprimento, 105 mm de largura e 26 mm de altura (valores aproximados) aparenta ser uma compra imperdível para quem não possui ainda um media center ou um media tank na sua sala de estar.
A análise.
Como já foi referido este é um aparelho de baixo custo mas capaz de reproduzir vídeo em Full HD e com áudio em 7.1. Para isso terá de ser ligado via o seu leitor de cartões de memória ou porta USB 2.0 a um dispositivo externo de armazenamento (cartão de memória, pen drive, disco rígido, etc).
Para cumprir com estas premissas o aparelho possui na sua traseira uma série de ligações, incluindo uma ligação AV para compatibilidade, uma ligação HDMI 1.3 e uma porta S/PDIF. É, naturalmente, aqui também que o transformador é ligado.
A embalagem do produto contém no seu interior um transformador com dois adaptadores para tomadas europeias e americanas, um cd com um manual completo de utilização do aparelho, um manual impresso, uma folha de garantia, uma folha destinada a quem pretenda desenvolver ou alterar os firmwares do aparelho (o que o torna ainda mais apetecível dado sabermos as maravilhas que a comunidade realiza quando tem acesso a este tipo de aparelhos), o transformador, o O!Play, os cabos AV, um comando remoto de infravermelhos com as respectivas pilhas (pelo menos assim se passava com o modelo que a Asus nos enviou) e um cabo HDMI 1.3.
O aparelho não requer qualquer instalação especial para funcionar (pelo menos assim foi na versão testada). Basta ligar e já está, sendo que somos imediatamente dirigidos para o seu menu principal.
Aqui podemos escolher o tipo de media a aceder, seja ele vídeo, imagens ou áudio, bem como aceder ao explorador do disco para navegarmos livremente. Há ainda um menu de configurações gerais bastante simples, mas que se revela precioso.
De notar que a detecção do media presente no aparelho a ele ligado é automática e extremamente rápida, não tendo demorado mais que alguns segundos a vasculhar totalmente um disco externo Lacie de 320 Gigas carregado de filmes. Mas claro, tal depende da velocidade do media e da quantidade de ficheiros inseridos. Uma pen inserida posteriormente com um backup com alguns milhares de ficheiros da PCManias em uma das suas pastas demorou uma eternidade até ser lida, e isto apesar de ser rápida e apenas possuir 16 GB. Recomenda-se por isso que usem medias de armazenamento dedicados aos filmes e não equipamento com conteúdo genérico.
No entanto, daqui para a frente foi a decepção Ou pelo menos assim pareceu numa primeira fase.
Este O!Play foi um caso curioso de ser analisado, dado que na primeira análise muito sumária que lhe fiz me pareceu um verdadeiro barrete. No entanto, após uma análise mais profunda essa ideia desapareceu por completo, apercebendo-me que com as configurações adequadas o aparelho é mesmo dos melhores, se não mesmo o melhor que alguma vez pude testar.
Mas passo a explicar:
Mal recebi o aparelho e tendo programado visualizar um filme nessa noite, resolvi usar o aparelho. Matava assim dois coelhos com uma cajadada só, uma vez que analisava a qualidade de reprodução do aparelho ao mesmo tempo que visualizava o filme. O filme em questão, um episódio de uma série de TV que normalmente visualizo no meu media center da sala (um PC media center e como tal muito mais completo) com uma qualidade invejável, encontrava-se em baixa resolução.
Mas o que vi foi decepcionante. Um post processing execrável, as legendas a saírem fora do ecrã, e efeitos de panning com soluços foram motivo para colocar o aparelho de lado. Na altura não tinha tempo a perder e dado o avançar das horas havia era de ver o filme em condições, pelo que procedi à ligação do disco ao meu media center para poder visualizar o episódio em condições.
Fiquei contudo intrigado com o que se passaria. Conhecendo a gama O!Play não acreditava que a Asus tivesse criado um aparelho com tão pouca qualidade.
E a verdade é que não criou.
O menu de preview dos filmes
Passemos então a explicar as situações uma a uma:
Efectivamente a qualidade do filme que reproduzi era execrável. O chamado post processing ou pós tratamento da imagem era péssimo e o filme apresentava uma qualidade horrível.
Mas a verdade é que posteriormente, e após me ter dirigido ao menu de configuração do aparelho e de ter escolhido a resolução correcta do televisor ao invés de ter deixado o modo automático que se encontra ligado por defeito (HDMI Auto), o que passei a ver no ecrã nada tinha a ver com o que tinha acabado de visualizar. Aparentemente, dado que o televisor em causa suportava os 480p originais do filme, este estava a ser transmitido para um ecrã de 40 polegadas dessa forma. Com a definição em modo fixo e em resoluções como 720p, 1080i ou mesmo 1080p o aparelho passa a fazer upscale, não usando assim a resolução nativa do filme como referência, e a qualidade de imagem muda como de água para vinho, apresentando assim a qualidade que sempre esperei deste produto e que em nada ficava a dever ao meu PC Media Center de sala onde o upscale é uma realidade habitual.
Poderemos considerar isto como uma falha do O!play? Não apenas o uso efectivo de um modo automático que detecta as resoluções de 480p e 576p e as usa. Eventualmente em certos televisores o problema poderá não acontecer, uma vez que eles próprios se encontram preparados para fazerem o upscale, mas no caso do LCD Samsung usado neste teste, isso não aconteceu. E o upscale neste caso faz toda a diferença do mundo!
As legendas fora do ecrã foi outro dos defeitos encontrados, e que mais uma vez teve solução, permitindo perceber-se que a nível de configuração das legendas, este O!Play é pura e simplesmente fabuloso.
O menu de configuração das legendas é épico, com todas as configurações possíveis de existirem em legendas. Ajustes de posicionamento vertical no ecrã, dimensão da fonte, ajustes laterais, codificação de caracteres, cores e contornos. Simplesmente assombroso.
Faltava descobrir como eliminar os engasgos nos movimentos largos de panning, o que facilmente foi feito desligando o modo 24p, permitindo assim que os filmes que na realidade não possuíam 24 fps mas sim mais fluíssem livremente.
Um dos menus de configuração do O!Play
Com estes acertos feitos nada havia a apontar ao aparelho a nível de funcionalidade. Ainda para mais porque nesta fase já o tinha submetido a testes a todos os tipos de formatos e containers vídeo e áudio que ele afirmava suportar tendo tido sucesso em todos. Inclusive o clip mais exigente que usamos para testes, capaz de levar um processador AMD 5000+ quad-core sem acelerações adicionais por hardware a 95% de utilização, reproduziu sem qualquer problema
Para completar os testes, recorri ao subtitles workshop, um software PC para conversão de legendas entre diversos formatos, de forma a testar a compatibilidade com os formatos anunciados. E mesmo nesse campo o aparelho não decepcionou.
Conclusão
Sinceramente não tenho defeitos a apontar ao O!Play. Trata-se de um dos melhores media tanks do mercado. É certo que não é o mais completo deles todos, mas o resto da família O!Play encarrega-se de corrigir essa situação. A verdade é que este é um produto fantástico a um preço fantástico, e que aqui só podemos recomendar vivamente, até porque o suporte a nível de formatos e containers é pura e simplesmente fabuloso.
PCMANIAS: Análise O!Play Mini | |
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Compatibilidade | |
O suporte é algo de abismal. Sinceramente poucos produtos no mercado oferecem um suporte que se aproxime sequer em termos de quantidade. Inclusive o FLV, um tipo de vídeo relativamente recente é suportado. O numero de 'codecs' e de 'containers' suportado é efectivamente fabuloso, e conjugado com um elevado suporte a formatos audio e a legendas, fazem deste produto um dos mais completos, se não mesmo o mais completo, do mercado | |
Qualidade de Imagem | |
Quando devidamente configurado para tirar o máximo partido do televisor a qualidade de imagem é intocável em todo o tipo de conteúdo, e as cores são vivas e claras. A alta definição é contudo a mais beneficiada, ao ser apresentada uma imagem fabulosa ao nível do que de melhor é possível ser apresentado. | |
Qualidade de Som | |
Com um suporte deste nível o aparelho é intocável. A sua ligação S/PDIF é a cereja no topo do bolo. | |
Suporte | |
Com updates de firmware regulares e uma abertura à comunidade de modders, melhor suporte ao produto é impossível |
Overall | |
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Por 69,90 euros este é um produto imperdível. Se não tem ainda um media player na sua sala mas costuma visualizar filmes nos formatos suportados, do que espera para comprar já este produto? Dos melhores, se não mesmo o melhor (incluindo a relação qualidade/preço) media tank do mercado. É por isso com todo o gosto que lhe damos a nota máxima que podemos atribuir a um produto, tendo a certeza que com ele não existirão clientes insatisfeitos |
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