Need for Speed Most Wanted é um dos grandes jogos de 2012. Aqui analisamos o jogo na sua versão PS Vita, comparando-o com o seu antecessor.
Need for Speed Most Wanted (NFS:MW) foi um jogo lançado em 2005 pela Electronic Arts, e que retratava as aventuras de um piloto de corridas de rua na sua chegada à cidade de Rockport.
Ali o piloto evoluía o seu carro à custa de alterações efectuadas nos componentes do carro, como o motor, pneus, embraiagem, chassis, etc, para posteriormente conseguir as performances necessárias para desafiar por ordem os 12 melhores pilotos de corridas de rua da cidade, uma situação que não era conseguida sem naturalmente chatear a policia local que tentava acabar com as corridas a todo o custo.
NFS: MW foi reconhecidamente dos melhores jogos de sempre da saga Need for Speed, e um dos jogos que inclusive incluí no artigo aqui colocado sobre os jogos mais marcantes da minha vida, pelo que não se estranhou que, 7 anos volvidos, a Electronic Arts, desta vez sob a mão da Criterion, voltasse a apostar numa segunda versão do jogo.
E eis que ela aqui está, disponível para PC, Xbox 360, PS3, PS Vita, Smartphones e Tablets.
No jogo de 2005 várias características tornaram o jogo marcante. A sensação de velocidade, a fluidez do jogo, a qualidade gráfica, a qualidade da jogabilidade, a destrutibilidade do cenário e interacção com o mesmo, e a diversão. Factores que tornaram o jogo num sucesso, e que teriam de ser repetidos novamente de forma a manter a formula vencedora activa.
Será que a Criterion conseguiu essa situação? E conseguiu-a em todas as versões do jogo?
Bem, NFS:MW 2012 não é igual à versão 2005. A ideia base por trás do jogo é efectivamente a mesma, mas há grandes diferenças que se deverão assinalar.
Se no jogo inicial o jogador começava com um BMW M3 que melhorava em diversas corridas, mas mudava apenas de carro quando batesse o primeiro dos 14 mais procurados da cidade, altura em que o veiculo derrotado era adquirido passando a ser usado para a etapa seguinte, nesta nova versão, a situação é bem diferente.
O jogador começa com um carro (cremos que um Chrisler) que apenas é usado durante o tutorial. Logo de seguida temos a possibilidade de mudar para um Porsche que se torna o nosso primeiro carro a sério. Mas no entanto, espalhados pela cidade há vários outros veículos que podemos encontrar e usar imediatamente, sendo que todos eles poderão realizar corridas para serem melhorados. Cabe então ao jogador procurar por esses carros e optar por um para melhorar para as etapas seguintes, onde à semelhança do jogo anterior correremos contra os 10 mais procurados (sim, são menos), obtendo o seu carro em caso de vitória. Quanto aos carros que já possui, o jogador não necessita de voltar à garagem para trocar entre eles, bastando imobilizar a sua marcha e aceder aos menus. A mudança dá-se, mas a localização do jogador muda para o sítio onde o outro carro se encontra.
Uma outra situação alterada é que a derrota do oponente não nos dá acesso directo ao seu carro, sendo necessário persegui-lo após a corrida e remove-lo da estrada. Só nessa altura obteremos a nova viatura.
Apesar de não termos completado o jogo, outra das diferenças encontra-se no facto de a destruição causada à propriedade pública ser agora irrelevante. Esse era um factor importante no jogo anterior, sendo que algumas missões eram mesmo baseadas nele. Mas actualmente, apesar de os cenários continuarem destrutíveis, esse factor parece ser irrelevante excepto quando visualizado pela polícia.
Desaparecem igualmente do jogo os cenários interactivos e com os quais poderíamos eliminar a perseguição, como eram o caso das bombas de gasolina que podíamos estourar arrastando consigo a polícia que nos perseguia, as torres de água que podíamos derrubar, ou o inesquecível Donut publicitário que podia ser derrubado e que avançava pela estrada fora.
Essa são situações a esquecer pois aqui, a Criterion centrou-se em outros pontos, que sem querermos pesa-los face aos que foram removidos, tornam o jogo numa experiência diferente da anterior. E até ao momento não podemos dizer que achemos que a mudança tenha sido para pior, apesar de que também não queremos afirmar que foi para melhor.
A verdade é que as perseguições da polícia continuam memoráveis, e o efeito de velocidade maior do que nunca. Os acidentes são espectaculares, mas são meramente estéticos, e apenas um motivo para a perda de preciosos segundos numa corrida. E nesse aspecto, mais que os acidentes, os verdadeiros problemas surgem com a polícia.
A polícia é efectivamente o maior factor de preocupação, colocando entraves dos mais diversos à nossa progressão. Aqui temos desde barreiras que nos fazem chocar a perder preciosos segundos, à colocação de placas com pregos na estrada que nos furam os pneus e tornam o carro incontrolável, sendo que esta situação pode mesmo significar o final da corrida e possível detenção. Mas é exactamente com a detenção que se revela o pior. Com ela, a prova em que se encontrava está terminada, sendo necessário reiniciar tudo de novo.
Comparativamente com o jogo original as perseguições que pudemos ver até agora são, de certa forma, menos excitantes, com a polícia a manter-se basicamente atrás de nós, com o casual toque lateral, mas essa poderá ser uma situação que se vai alterando à medida que o jogo vai progredindo. O certo é que as memórias do jogo original nos lembram de uma polícia que ultrapassava e tentava travar ou atravessar-se à nossa frente, assim como quando as perseguições eram extensas, um helicóptero aparecia que levantava pó à nossa frente, cortando a visibilidade, e tentando forçar a paragem. Mas aqui, apesar das perseguições frenéticas se manterem uma realidade, com o agravar do nível de perseguição, e apesar da existência de vários veículos da polícia diferentes, apercebemos-nos que os helicópteros não fazem parte do jogo. E que falta eles fazem.
Para compensar estas diferenças a Criterion apostou num mundo onde a interacção com os nosso amigos é constante. Independentemente da versão do jogo que possuem (PC, Xbox, PS3, PS Vita, etc), os seus tempos nas corridas são-nos informados para os tentarmos bater. Da mesma forma a velocidade a que estes passaram nos radares da polícia é-nos fornecida. Há uma maior interacção entre jogadores diferentes que, sem jogarem directamente contra si, acabam por ser igualmente competidores, sendo que esta situação de compatibilidade entre sistemas diferentes é algo de completamente inédito.
Mas independentemente de este jogo ser algo diferente do original, o que interessa saber é se esta nova versão possui ou não os ingredientes base que fizeram do primeiro jogo um sucesso, a já referidas sensação de velocidade, fluidez do jogo, qualidade gráfica, qualidade da jogabilidade, destrutibilidade do cenário e interacção com o mesmo, e a diversão.
E efectivamente, apesar de o conseguir de uma forma bem diferente, esta nova versão consegue apresentar todos esses factores a seu favor.
NFS: MW 2012 foi entregue à Criterion, a responsável pelos jogos Burnout, conhecidos por incluírem igualmente todas as características acima referidas, pelo que, sabendo que o jogo estava entregue a mãos competentes, não surpreendeu ninguém que o mesmo se apresentasse ao nível que seria esperado pelos fans.
A sensação de velocidade, à semelhança dos jogos Burnout, é estonteante, a fluidez do jogo é pura e simplesmente perfeita, a qualidade gráfica é intocável, a jogabilidade é algo diferente da do original mas, mesmo assim, extrema, existindo igualmente interacção com os cenários e diversão garantida.
No tocante às várias versões, como é habitual a versão PC é a melhor de todas. A qualidade gráfica é intocável ao apresentar texturas de maior qualidade e resoluções superiores. No entanto, tanto a versão Xbox 360 como a versão PS3, são quase idênticas a nível de aspecto e conteúdo à versão PC, com os pormenores que as distinguem a serem negligenciáveis. Exceptuando a resolução mais baixa (720p) e umas texturas iguais, mas mais comprimidas, o jogo é exactamente igual nos três sistemas, e será necessário parar a imagem para se distinguirem as diferenças.
Resta-nos então a PS Vita e a versão do jogo para Smartphones e tablets.
Ora possuindo a PS Vita um hardware em tudo semelhante ao usado por alguns tablets topo de gama, poderia ser expectável achar-se que a versão para esta consola teria os mesmos compromissos que foram realizados para a versão smartphones e tablets onde, apesar de se manter uma boa qualidade gráfica a mesma está bastantes furos abaixo do apresentado pelas consolas de mesa. Inclusive, o mundo aberto existente nas consolas de mesa e PC, não existe na versão mobile, com o jogo a ser bastante mais linear.
Mas surpreendentemente a versão PS Vita não é assim, sendo que após se jogar as versões das consolas de mesa, a sensação que se sente ao jogar a versão PS Vita é de “deja vu”. Graficamente está apenas um bocadinho abaixo dos seus irmão grandes, mas curiosamente e surpreendentemente é muito menos do que seria expectável. Diga-se mesmo que, com excepção de um volume de tráfego menor nas estradas, a versão PS Vita está em tudo idêntica graficamente à versão Xbox 360 e PS3, possuindo ainda o mesmo mundo aberto que não se encontra disponível para as versões mobile, sendo no global uma versão portátil do jogo existente para as suas irmãs mais potentes. Simplesmente impressionante.
E tudo na Vita efectivamente impressiona. A qualidade do grafismo, a velocidade e fluidez do jogo, e acima de tudo a sensação de termos na mão uma consola extremamente potente, capaz de rivalizar com a PS3 e Xbox 360, oferecendo um jogo com uma qualidade em tudo semelhante.
E não é só a nível gráfico que a consola se excede. A nível sonoro o jogo é exactamente igual, com as mesmas bandas sonoras e detalhe sonoro de uma cidade em movimento.
Por várias vezes a Criterion tinha afirmado que a versão PS Vita do jogo era uma proeza, e que a consola teria exactamente o mesmo jogo que as consolas mais potentes. Custava a acreditar, mas confirmamos que tal é verdade. Há diferenças, mas são de tal forma pequenas que se diluem completamente ao ponto de podermos tomar a afirmação como completamente verdadeira.
Nesse aspecto afirmamos que a versão PS Vita de Need for Speed Most Wanted é um jogo a reter. É não só o melhor jogo de carros alguma vez realizado para a consola, mas é igualmente o mesmo jogo das consolas de mesa.
Análise: Need for Speed Most Wanted - PS Vita | |
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Gráficos | |
Visualizar NFS: MW na PS Vita é uma agradável surpresa. A sensação transmitida é de que estamos perante uma versão portátil do mesmo jogo existente para a PS3 e Xbox 360. A qualidade gráfica está assombrosa, e apesar de não ser exactamente igual à versão das consolas de mesa, essa é uma situação que passa despercebida sem a possibilidade de comparação lado a lado e com a imagem parada. O jogo mantém todas as caracteristicas das versões para as irmãs mais velhas desta consola, incluindo o mundo aberto e o ciclo dia/noite. É pura e simplesmente um grafismo de topo que demonstra aquilo que a PS Vita consegue realizar. | |
Som | |
O som está pura e simplesmente perfeito. Apesar da ausência de certos comentários por voz existentes nas consolas de mesa, tudo o resto está fielmente reproduzido na PS Vita. Banda sonora, barulhos dos motores, som ambiente, etc, tudo está perfeito. No entanto, para se desfrutar completamente do som, os headphones são recomendados uma vez que o volume máximo da PS Vita deixa algo a desejar. | |
Jogabilidade | |
A jogabilidade está excelente, criando um jogo divertido e cativante. A sensação de velocidade é extrema criando uma emotividade e uma adrenalina que tornam o jogo viciante. As perseguições policiais são memoráveis. No entanto não atribuímos aqui a pontuação máxima por acharmos que em alguns aspectos o jogo podia estar melhorado. A Ausência do helicóptero e dos cenários destrutiveis que eram usados para eliminar a perseguição, tais como os reservatórios de água, as bombas de gasolina, e os célebres Donuts publicitários, deixam um ligeiro amargo na boca a quem conheceu o original que não é compensado pelas novidades. No entanto, se não jogaste o jogo original, esta situação poderá não pesar tanto para ti. | |
Atracção | |
A adrenalina constante torna o jogo viciante, mas a necessidade de realizar corridas em tudo semelhantes para desbloquear acessórios para cada um dos automóveis podem tornar o jogo cansativo e repetitivo. No entanto a competitividade com os amigos e o grande mundo aberto para explorar garantem muitas e boas horas de diversão . |
Overall | |
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Um dos melhores jogos de carros de sempre para a PS Vita, e uma re-edição de nível de um daqueles que é para nós um dos melhores jogos de carros de sempre. Felizmente a Vita está à altura e apresenta um resultado assombroso. |
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