Desde que que foi lançado que o Windows 10 levantou questões sobre a sua falta de privacidade. Mas agora uma pesquisa vem relevar o que é coletado pelo sistema e enviado à Microsoft. E é mais do que se pode pensar!
Uma investigação algo extensiva de um utilizador da Voat de nome CheesusCrust revela os seus achados no que toca à análise de dados recolhidos pelo Windows 10.
No link acima referido podem ver os passos tomados para se poder fazer esta análise, os IPs contatados pelo Windows e muito mais!
Mas aqui vamos apenas fazer um resumo do principal.
O windows 10 recolhe e segue mais dados do que se pensa, mas antes de falarmos do que é colectado, vamos ver a explicação da Microsoft para esta recolha de dados que chama de “telemetria” do Windows 10.
Telemetria é um termo que significa diferentes coisas para pessoas e organizações. Mas para este propósito vamos discutir a telemetria como dados do sistema que são enviados pela componente de telemetria e sistema de experiência do utilizador conectado.
Os dados de telemetria são usados para manter o Windows seguro, e para ajudar a Microsoft a melhorar a qualidade do Windows e dos serviços Microsoft. Discutiremos separadamente as conexões de rede que as características e componentes do windows fazem diretamente para os serviços da Microsoft. São usados para fornecer um serviço para a parte do utilizador do Windows.
Ora foi exatamente os dados desta telemetria que o utilizador CheesusCrust investigou.
Os dados foram obtidos com uma versão fresca do Windows 10 Enterprise Edition (que é a versão que mais controlo sobre as configurações do OS fornece), e com todas as opções conhecidas de recolhas de dados desligadas.
Os primeiros resultados mostraram que o Windows 10 reporta dados à Microsoft centenas de vezes por dia.
- Em 8 horas de análise de tráfego o Windows tentou fazer 5508 ligações para mandar dados para 51 IPs da Microsoft diferentes.
- Após 30 horas de uso o OS expandiu os dados enviados a 113 IPs não privados (com potêncial de ser interceptado por Hackers).
- Usando outra instalação limpa do Windows 10, mais uma vez com as opções de recolha de dados todas desligadas, e e uma ferramenta de terceiros chamada DisableWinTracking, foi realizada outra sessão de 30 horas. Mesmo assim o Windows 10 ainda contactou 30 IPs diferentes em 2785 ligações..
É, no mínimo, muita recolha de dados, especialmente com ferramentas aplicadas para impedir acessos. Daí que há que questionar o que acontecerá nas versões não empresariais do Windows e sem desativar as opções de recolhas de dados.
Resumidamente, a recolha de dados não consegue ser parada, algo que bate certo com o que o Vice Presidente Corporativo da Microsoft, Joe Belfiore referiu em November de 2015:
Nos casos onde não fornecemos opções, pensamos que essas situações tem a ver com a saúde do sistema. No caso de sabermos que o sistema que criamos está a crashar ou a ter sérios problemas de performance, vemos isso como uma ajuda ao eco-sistema e não uma questão de privacidade pessoal, pelo que recolhemos dados que fazem a experiência melhor para todos.
O certo é que de acordo com o Windows 10 End User Licence Agreement (EULA), a Microsoft tem os direitos de recolher dados. A questão é se esta EULA não viola os direitos fundamentais previstos nos países da União Europeia.
No entanto há que se ver o lado positivo das coisas. O windows tem tido muitas atualizações que o tornam mais seguro e lhe acrescentam características interessantes. Infelizmente a Microsoft não tem revelado o que as atualizações fazem, mantendo os utilizadores no escuro sobre o que se passa no seu computador. Mas a empresa ouviu essas queixas e criou uma página com o historial de atualizações que permite suprimir essa lacuna.
A Microsoft está a tornar-se mais transparente a cada dia que passa, e esperemos que isso se alargue a dar a conhecer o que é efetivamente recolhido pelo Windows.