Já não é a primeira e nem a segunda vez que este tópico é levantado por nós. A facilidade com que certas análises deitam para baixo grandes jogos, e elogiam jogos que são meramente medianos leva a acreditar que ou as pessoas não tem critérios realmente seletivos, ou que o mundo das análises está subvertidos aos interesses e patrocínios.
Olhar para uma cebola e só ver as semelhanças com uma batata, sem ver as diferenças é algo que não pode acontecer. Mas no mundo dos videojogos isso acontece com frequência. O fanatismo, os patrocínios ou mesmo os subsídios , ou o receio de perda de publicidade e/ou patrocínios tem levado a que se vejam muitos websites com criticas não fundamentadas a grandes jogos, e com elogios rasgados a jogos que não passam da mediania.
O grande problema destas situações é que elas tiram toda e qualquer credibilidade às avaliações, sendo que no entanto ainda há quem as faça de formas realmente objetivas, mas que, devido ao panorama geral, acabam por ser criticados pela avaliação que fazem.
O texto que se segue foi publicado no num dos maiores jornais do Reino Unido, o Metro, e é um artigo de opinião de um leitor que aborda exatamente esta questão, mostrando-se preocupado com a destruição da credibilidade que as avaliações podem trazer,
Eis então o texto em causa:
Imagino que deva ser um momento tenso para os editores e desenvolvedores de videogames, no dia em que é levantado o embargo às análises, o aguardar pelo seu lançamento. Uma pessoa estar imenso tempo a trabalhar num jogo, e aparecer alguém de fora a dizer que ele é horrível ou incrível.
É claro que os os analistas tendem a ser muito mais educados na forma como analisam do que o que vemos vindo dos jogadores comuns e análises de usuários, mas apesar de décadas de evidências que sugerem que as análises têm pouco ou nenhum efeito nas vendas de jogos (ou filmes ou qualquer outra coisa), estes analistas ainda são tratados como algo de vital importância.
Eu acho que eles são importantes. Gosto de ler uma boa crítica, tanto como guia de compra quanto como análise de um jogo por alguém que, espero, sabe do que está a falar. Estou genuinamente entusiasmado para ver quais serão as pontuações e embora o meu nível de investimento não seja nada comparado com as pessoas que fizeram o jogo, ainda estou entusiasmado ou desanimado quando vejo a pontuação final.
Agora imaginem a minha confusão e raiva crescente quando percebi o que estava a acontecer com Starfield. Para aqueles que perderam a controvérsia, a Bethesda recusou-se a enviar cópias de análise para alguns sites selecionados no Reino Unido e, até onde eu sei, isso não aconteceu em mais nenhum local. Alguns fãs da Bethesda imediatamente tentaram fingir que isso era algum tipo de ‘erro’, embora fosse claramente direcionado aos sites que a Bethesda sabia que tinha menos chance de influenciar.
Não tenho certeza da extensão total daqueles que estavam na lista negra, mas ela incluía Metro, Eurogamer, Edge e The Guardian. Hilariantemente, alguns tentaram fingir que estes eram sites de menor confiança ou mesmo ou não confiáveis quando na realidade, o que se pode ver é que eles são na verdade o oposto, e francamente qualquer pessoa incluída nesta lista, deveria estar orgulhosa de estar em tal empresa.
O não envio da cópia de análise até o dia do lançamento significou que as análises destes websites atrasaram-se mais de uma semana, com a Metro e a Eurogamer a acabarem por dar ao jogo uma nota 6/10, com alguns comentários muito bem escritos e argumentados (a Edge é uma revista, pelo que vai demorar mais tempo). A Bethesda não deixou esses sites de fora porque pensou que estes não contariam a verdade, mas sim porque sabia que o fariam.
Direi agora que não joguei Starfield, porque estava esperando críticas da Metro, Eurogamer e Rock Paper Shotgun e todas foram negativas. Mas não é realmente em Starfield que estou interessado, são as próprias análises e a maneira como a Bethesda tentou manipulá-las.
É muito óbvio que a razão pela qual eles retiveram as cópias foi para tentar obter uma média de análises no Metacritic o mais alta possível antes do lançamento, e na verdade a pontuação da Xbox Series X/S que estava em torno de 87 naquele momento, agora caiu para 83 com o Análise da Eurogamer e presumivelmente irá cair ainda mais assim que a análise da Edge for lançada – e basicamente as de qualquer outro website que tenha ficado de fora.
Não sei como é possível ter algum respeito por uma editora que age dessa forma, mas o que mais me preocupa são todos os sites, e foram muitos, que deram ao jogo uma pontuação perfeita de 5/5 ou 10/10.
As diferenças de opinião devem ser encorajadas, mas os fãs muitas vezes atacam qualquer site que ofereça uma avaliação abaixo do que eles acham que merece – e como ficam então todos esses sites que diziam que Starfield era praticamente perfeito?
Falei com muitas pessoas que jogaram e gostaram do jogo e consequentemente percebo que essa é a única coisa que elas não teriam dito sobre ele. Até porque se formos ler, mesmo as críticas positivas, elas tem lá a admissão de todas as falhas, tanto quanto das críticas negativas.
Mas como esses sites, mesmo assim, foram em frente e deram a melhor nota possível ao jogo, a média geral do Metacritic ainda é relativamente alta. É uma situação francamente embaraçosa, e uma amostra clara e contundente do estado das críticas aos videogames – ou melhor, da falta de criticas realistas. Quando até mesmo o IGN (e nenhum insulto para eles) dá ao jogo 7/10, acho que alguém precisa conversar consigo mesmo quando resolver dar ao jogo um 10/10.
Se todo esse desastre serviu para alguma coisa, foi para expor em quem se pode ou não confiar, e isso inclui sites e editores.
Apesar de o artigo de cima representar apenas a opinião do seu autor, e não forçosamente a deste website, a realidade é que esta polémica relacionada com o controlo que houve nas avaliações iniciais deste jogo efetivamente é mais uma machadada na credibilidade das avaliações. Não se pode acreditar nas mesmas quando há controlo por parte do produtor e fanatismo em torno de certos produtos que atiram forçosamente as avaliações para cima, mas pior do que isso, para valores que não são compreensíveis, por de forma alguma conseguirem ser justificáveis face a outros produtos no mercado.
Não é nossa intenção avaliar aqui Starfield, mas é fatual que a avaliação de Starfield na Xbox caiu de 87 para 83 após o lançamento de avaliações de websites que, por escolha da Microsoft, não receberam uma cópia do jogo.
Note-se igualmente que não queremos colocar em causa se Starfield é ou não um bom jogo, e o debatido aqui é apenas o facto de se ter manipulado as análises de forma a inflacionar a nota existente no lançamento.
A opinião média junto do público mostra-se bastante díspar destas análises, com as versões Xbox e PC avaliadas em 6.6 e 5.6 respetivamente. Tal não permite saber qual das médias se aproxima mais do valor real do jogo, mas mostra uma discordância muito grande entre o público e os avaliadores sobre a qualidade do produto. Algo que, diga-se, está longe de ser algo exclusivo desta jogo. Mas infelizmente a realidade é que a credibilidade da avaliação do público é neste momento zero, pois o fanatismo já à muito que destruiu esta valiosa ferramenta que é a avaliação do público, devido a análises fictícias criadas especificamente para inflacionar ou destruir a média dos jogos.
Consequentemente, esta falta de capacidade de se obter uma análise fiel ao valor do jogo e que se enquadre com a restante oferta existente é cada vez mais um problema, não havendo atualmente absolutamente nada credível onde o consumidor se possa agarrar.
Estive a reler e a corrigir alguns erros neste artigo. Peço aos leitores desculpas por algum lapso, que agradeço chamem a atenção, mas ultimamente, por motivos que já explicitei, a indisponibilidade de estar num computador tem levado a que escreva num tablet ou smartphone, cujo corretor ortográfico por vezes me troca palavras inteiras sem que me aperceba.
Eu já desisti. Antigamente o pessoal tinha algum critério quando avaliava, hoje o argumento é gostar. O jogo pode ser um desastre, mas se gostei é nota 10. O problema é que não existe nada mais subjetivo do que gosto. Para piorar a forma como muitos veículos remuneram o conteúdo, levou os analistas a ficarem dependentes do estúdio. Porque se você não lança no dia do embargo, não faz dinheiro. Logo se não receber com antecedência será muito prejudicado. Sendo assim, quase não existe ninguém imparcial.
Choca-me. Em tempos escrevi este artigo:
https://www.pcmanias.com/websites-de-analise-de-videojogos-estao-a-auto-destruir-se/
E o contraste para com o que se passa agora é chocante.
Eu me considero uma pessoa sensata na hora de ler essas análises, desde o comecinho da adolescência até hoje já adulto eu nunca me deixei levar por críticas e análises de terceiros (não pra ir contra o fluxo do rio, mas por ter sempre uma opinião muito diferente da restante) Geralmente eu sempre me deixei levar por trailers de jogabilidade ou de anúncios, mas nem isso hoje mais. Justamente o que está a acontecer agora com o Spider Man 2, várias e várias e varias pessoas falando que o jogo está incrível, maravilhoso e next gen… eu só acredito e tiro minhas própria conclusões jogando no conforto da minha sala de estar, mesmo sendo um jogo da Insomniac que geralmente não decepciona, meu ceticismo me ajuda muito a evitar frustrações com uma indústria que cada vez é mais marketing e menos substância no produto.
E digo pra você, agindo assim, é muito mais fácil não se decepcionar, ou mesmo, ficar satisfeito com um produto.
Pior que na moral mesmo, pela história e mecanicas do primeiro jogo que já eram muito boas acredito que esse vai ser um otimo jogo, mas nada revolucionário como dizem, e todos os vídeos que vi e as pessoas falando como é incrível os gráficos desse jogo ñ me convence que aquilo não rodaria tranquilamente em um ps4.
Rodar até roda, com comprometimento. Mas não é só rodar. Se você lançar pra PS4, parte do orçamento e tempo deverá ser gasto para fazer o jogo nessa plataforma, então sobrará menos tempo pra fazer outras melhorias na geração atual. Já estamos a 3 anos (praticamente) da geração atual. Já está na hora de focar mais nela e deixar a antiga.
Não tem como ficar no ganha ganha. Ou você lança tudo cross gen e tem menos evolução na geração atual, ou você deixa ela para trás e foca na atual para usar seu potencial todo.
Sabe o problema, vc olha o mapa desse jogo, é o mesmo do PS4 apenas com um bairro novo e mais algumas edificações, os modelos de personagem parecem ter o mesmo nivel de modelagem e o que parece agora só
Temos uma iluminação melhor, texturas melhores, maior resolução, ray tracing e claro os tempos de carregamento. Porém não são coisas que mudaria drasticamente a experiência.
E vou pontuar que tudo fica pior justamente sobre isso mesmo que você falou, depois de 3 anos dessa geração eu ainda não consigo me surpreender (a nao ser as techdemo da unreal engine 5). Já falando na transição do ps3 para o ps4, quando vi os trailers de Infamus, Driver Clube e Killzone ali eu tinha certeza que esses jogos não rodaria em um PS3.
Antigamente as análises eram muito úteis pois não se tinha acesso ao jogo. Apenas fotos em revistas. Hoje se tem Gameplays , videos , etc. Eu não dou muita importância a reviews, eu vejo o gameplay e vejo se o jogo é do meu gosto. Me engano as vezes mas é raro. As reviews do Evil Within 1 foram bem negativas, mas eu vi os Gameplays e sabia que iria gostar. Gostei muito do jogo , zerei várias vezes, apesar de reconhecer que o jogo tem falhas.
Ps. Na época do ps1 eu comprava uma revista de games do Brasil. Certa vez saiu um pequeno Review de um jogo desconhecido: Gran Turismo. Deram nota 3 de 5. Pois bem, depois de algum tempo, após o enorme sucesso do jogo, saiu outra revista com o jogo na capa, um Review mais completo e a nota subiu para 5 /5. Não me esqueço disso …
Gosto é gosto e não se discute. O problema que eu vejo é falta de critérios em avaliar, mesmo naqueles que se dizem mais tecnicistas como a DF.
O correto seria criarem parâmetros os mais objetivos possíveis dentro do jogo e avaliar estes individualmente (gráficos, sons, trilha sonora, arte, bugs e performance/acabamento…). E embora possa se ter ainda alguma subjetividade, essa seria algo mais plausível e compreensível por quem lê/vê e não pareceria mera propaganda. Partindo daí era só motivar os pró e contras, e no final fazer suas considerações “subjetivas”, tipo gostei, mas sou fã de jrpgs, ou de shooters e etc. Lógico, não seria perfeito, e mesmo com avaliação de valor ruim, as pessoas ainda poderiam gostar ou não, mas seria compreensível ao leitor o porque se avaliou aquilo e como. Hoje os caras fazem um resumo do jogo deixam o fim no ar e o resto do texto parece propaganda boa ou ruim…
Junto a isso, a modernidade faz qualquer site de esquina ganhar a mesma credibilidade de outros que passaram décadas a contruí-la, mas isso é coisa do pós-modernismo, não tem o que se fazer.
Lembro de quando criança/adolescente via uns reviews em revistas divididos por categorias e no final tinha uma conclusão.
Gráfico, som, jogabilidade e diversão. Hoje facilmente poderiam colocar uma categoria performance devido aos jogos saírem com problemas.
Cara, muita audácia dar 3/5 no Gran turismo de ps1, aquilo foi revolucionário, e arrisco dizer que os GTs de ps1 tinham mecanicas que nem GT7 possui.
Ainda acho review importante por causa do preço elevado. 350 reais é bem salgado.
Terminei recentemente Armored core 6. O jogo é bom. Mas em minha opinião não vale preço cheio porque é muito curto e tem baixo replay. Mas dificilmente você verá uma análise citando esses pontos.
Agora estou jogando o game do pinoquio. Estou gostando, mas acho engraçado como ninguém comenta que o jogo não tem sombras. A iluminação parece Forspoken no lançamento. É muito estranho.
Como assim não tem sombras? Coloca uma screenshot aí.
Pelo que eu vi, como o jogo é mais a noite, eu vejo as sombras dinâmicas quando o personagem está perto dos postes.
Ele tem sombras, mas nem tudo tem sombra. Não tem oclusão de ambiente. E a qualidade das sombras no geral é bem baixa.
Eu até entendo quando é uma IP tão adorada pelo histórico e o sentimental ou mesmo por games que realmente trazem um frescor, ou porque não dizer uma certa revolução ou mesmo um novo parâmetro pra indústria (coisas como The Witcher, Zelda Breath, Metal Gear Solid…) mesmo que tragam bugs ou defeitos certamente mereceriam boas notas só pelo frescor que trazem, então, a possível extrapolação, nesses casos, é perfeitamente compreensível.
Sobre as tretas da indústria, o surgimento de portais minúsculos muitas vezes ganham o peso de um veículo da mídia com muito histórico e credibilidade, mas isso é sinal dos tempos, infelizmente. Hoje, portais irrelevantes e de ideias muitas vezes exdrúxulas, surgidos um dia antes se propagam pelos adsenses e chegam a muita gente, e os clubismos ganham forças. Não vejo como remediar isso, as pessoas buscam apenas embasamento ou apoios aos seus achismos e a mídia tradicional tem perdido espaço.
Ao contrário do texto supracitado, pra mim, reviews têm relevância, principalmente em jogos que tenho interesse e estou na dúvida. E olha, por muito tempo, a minha opinião batia com a de reviews da IGN US, e jogos com nota baixa lá, e que havia jogado demos que gostei, realmente se revelaram medíocres depois, e assim, passei a confiar em muitos reviews, mas claro, isso só serve as pessoas que procuram se informar antes de tomar atitudes, e muita gente sequer lê reviews de jogo.
Off: Comecei a jogar o Lies of P. Já derrotei uns 3 boss principais e alcancei o capítulo 4. Uma coisa que todos reclamam é da janela de parry ser muito pequena, tornando o jogo muito difícil. Só que estou achando justamente o contrário. Que a janela de parry é bem grande, maior que outros games.
Minha dúvida é se o fato do jogo ser leve e rodar acima de 120 fps pode ser a causa disso ou estou maluco? Mas alguém jogando o game?
Acho que seu reflexo pode ser muito bom. Mas o fato de estar a 120 fps, o input lag fica melhor, o que ajuda em acertar o timing do parry.
O problema é que sou ruim nisso. Em Sekiro sofri bastante. Mas nesse jogo parece ter algo errado. É muito estranho.
No caso de Starfield, uma coisa deve ser considerada! Os sites que não receberam o jogo antes do lançamento podem ter feito uma análise mais negativa simplesmente por revolta de não o ter recebido antes! É uma possibilidade!
Os sites que não receberam antes são dos sites mais reputados do mercado. Metro, Edge (que é uma revista) e Eurogamer estão entre eles. O que referes, apesar de poder ser uma possibilidade seria algo que afetaria a sua reputação, e como tal muito pouco provável. Sabe-se porém que eles são dos mais exigentes e que mais penalizam os erros, pelo que certamente a sua exclusão não será casual.
E a caralhada de sites com Xbox no nome? Dando 90,89,88 de nota? Esses deram a notinha justa, né?
E a galera que dropou? Tipo Alanzoka (que joga até o final qualquer merda), e o Cellbit, que também joga de tudo é dropou? E o Arnaldo DK, o fã de Xbox mais conhecido do Brasil, que não gostou do jogo, tava num sacrifício pra tentar os 1000G, já que ele sempre fez isso. Esses caras aí não são base?
E na Steam, que o jogo já tem avaliação pior que Fallout 76? Não conta também?
Uma galera dropou a mediocridade da Bethesda, essa que é a verdade.
https://manualdosgames.com/starfield-tem-notas-menores-que-fallout-76/
as notas do steam por ex são todos sonystas demoniacos que compraram o jogo para dar nota baixa
Tenho jogado Starfield
Nota 7 até o momento
Os contras eu cito
Animações geração PS2
Gráficos geração passada
Sem HDR
Sem modo performance (60fps)
Excesso de loadings em console com SSD
Exploração espacial bem superficial
Alguns problemas de performance em grandes cidades
Alguns bugs
Pro
RPG padrão Bethesda
Muita coisa que pode entreter o player pós campanha
Eu estava a jogar… parei por causa do meu pai pois nos últimos dias não tenho tido tempo para nada. Mas curiosamente não ando com vontade de regressar ao jogo.
Ainda não acabei a História principal, mas sim até ao momento também dou nota 7.