Um texto do Neogaf mostra aquela que poderá ser a possível estratégia futura da Microsoft para a Xbox. O que pensas dela?
Um texto do Neogaf, que traduziremos de seguida, e cujo fundamento não podemos confirmar, parece mostrar aquilo que é um receio de muitos. O desejo da Microsoft tornar o mercado consolas em um mercado PC, mas onde a empresa tem uma posição dominante, impondo as regras e os seus serviços. Basicamente uma estratégia semelhante à que a Valve tinha com as Steam Boxes, mas aqui fechada e dominada completamente pela Microsoft.
Eis o texto:
Bem, aqui está algo que ninguém está a falar com a devida distância. A Microsoft deixou várias pistas e se prestarem atenção a elas vão perceber que esta geração será fundamentalmente diferente das 3 anteriores. Entre a convenção usada no nome com “série”, o formato, e o foco na compatibilidade para a frente e para trás, acredito que a Xbox se vai tornar num PC gaming desenhado para a sala de estar (basicamente a versão MIcrosoft daquilo que as Steam Boxes eram suposto serem).
Em particular acho que a empresa vai adoptar o modelo iterativo do PC, bem como um modelo de smartphones como o iPhone. Com o modelo, não fiquem admirados se não virem um upgrade de meio ciclo mas sem 2, 3 ou mais iterações do hardware à medida que o ciclo avança. Não só isso, mas apesar de eu dividar que tenhamos consolas todos os anos como os iPhones, não fiquem admirados se no ciclo de 5 a 7 anos das consola possamos ver a Xbox Série X, a Série X2, a Série X3 etc. Na realidade com esta aproximação, o conceito de nova geração desaparecerá de vez.
Agora esta aproximação é fundamentalmente diferente do modelo tradicional onde uma consola dura 5 a 7 anos. Com este modelo a Microsoft pode alcançar o seguinte:
- Lançando novo hardware a cada 2 ou 3 anos, eles podem garantir que há sempre um novo modelo que se equivale ao PC de topo para os mais entusiastas.
- Podem cobrir toda a gama de preços com hardware para audiências diferentes (da entrada de gama ao entusiasta)
- Podem remover as barreiras associadas a uma nova geração de consolas e o necessário reset para os consumidores e criadores.
- Deixam de ter de se preocupar com o que a Sony faz com a PS5, PS6, etc na perspectiva das especificações dado que os lançamentos serão relativamente próximos e um passo à frente em termos de potência.
- Efectivamente transformam a Xbox numa plataforma agnostica (como o PC), onde podes jogar tudo do passado e do futuro, independentemente do nível de hardware que tens.
Este o caminho que a Microsoft quer seguir. É o culminar da filosofia de Phil Spencer, que diz que o número de consolas que vendes não conta, mas o que importa é quantas pessoas jogam os teus jogos na tua plataforma/serviço. cada geração alcança mais de 100 milhões de unidades vendidas e depois faz um reset para 0 e luta para alcançar a anterior. Com esta aproximação, a Microsoft pode olhar para o total de pessoas a jogar na Xbox, Xbox 360, Xbox Series, e PC, como as suas métricas de sucesso. Esse é o verdadeiro crescimento onde cada plataforma se expande e cresce sobre o mercado que já existe,
Daí que se a guerra de especificações é divertida nos foruns, a Microsoft não quer saber. A série X é apenas um olhar sobre a nova geração, como eles a concebem, e teremos um bom número de consolas nos próximos anos. De forma sábia eles acalmaram a conversa sobre a Lockhart porque viram como os fanboys hardcore responderam online e perceberam que é melhor falar para já apenas no modelo de topo como é tradicional numa geração de consolas. Mas a Lockhart está definitivamente nos planos, bem como outras séries que poderão ser lançadas mais cedo do que se pensa.
A convergência entre a consola e o PC está quase completa
A minha forma de ver
Pessoalmente o conceito não em agrada. E não em agrada porque basicamente este conceito existe já! Chama-se PC!
A diferença face ao que a Microsoft quer é que esta jogada poderia ter como consequência ir buscar o mercado lucrativo das consolas, unindo-o ao do PC, e tudo sob o controlo da Microsoft.
Mas na prática o que teríamos era o mesmo que nos PCs… com os modelos antigos a serem trocados por novos, ou a manterem-se activos por Streaming.
Pessoalmente tenho neste momento 48 anos. Assisti à evolução do mercado consolas, e à forma como cada geração define novos patamares. Remover esses patamares poderá criar uma estagnação do mercado com o objectivo de se desenvolver por baixo para alargar o mercado alcançado na melhor das condições de jogabilidade e aumentar as vendas. Algo que com uma no a geração não tem de existir pois o hardware mínimo tem uma performance pré definida e sobe a cada geração.
Coloca-se depois a questão que o entusiasta das consolas, um conceito que só apareceu nesta geração com as consolas meio de gama, vai passar a ter de atualizar as suas consolas a cada dois anos, caso se queira manter entusiasta. É uma despesa que nunca existiu nas consolas, apenas nos PCs… os upgrades aos quais as consolas fugiam, e que mesmo com a atual geração e consolas de meio de geração não alterou, uma vez que a consola base se manteve activa e com a qualidade intacta face ao que foi proposto no lançamento.
Mas com lançamentos a cada dois anos (o primeiro passo para os futuros lançamentos anuais), o hardware rapidamente ficará obsoleto, o equilíbrio entre versões deixa de ser possível rapidamente, e as consolas inferiores, a continuarem suportadas, terão versões inferiores, o que incentivará ao upgrade.
É um pouco o contrasenso sobre a ideologia de que as vendas de hardware não importam. Porque aqui a Microsoft estaria sempre a produzir consolas, e dado que não poderia estar a perder dinheiro com cada uma delas, o preço não seria diferente do dos PCs. Daí que uma consola capaz de concorrer com um PC de topo não seria mais barato que ele.
Mais ainda, como revelam estudos recentes, as pessoas não estão a trocar os seus smartphones em períodos tão curtos, e certamente a última coisa que estarão interessadas é que a juntar ao custo de um smartphone actualizado, se coloque o custo de uma consola actualizada.
Basicamente entraríamos no conceito de produção em massa de hardware. Acabava-se a escolha do hardware que custa vários milhoes a desenvolver e entrar-se ia no mercado normal de consumo. As consolas teriam o mesmíssimo hardware dos PCs, e custariam o mesmo.
É fácil de se reconhecer que o reset a cada geração não é uma situação ideal… Mas é o facto de as consolas terem limites que tem levado a grandes avanços na programação. O desejo de os programadores quererem alcançar o mercado mais rentável, e terem de adequar o código para que ele corra em hardware mais limitado. Novas técnicas, novos motores, e outras situação advem daí! Como diz o ditado: A necessidade aguça o engenho!
E isso perder-se-ia com consolas novas a cada 2 anos. As thirds deixariam de se preocupar em quais consolas o jogo corre, tal como no PC, optando ou por esquemas de nível de detalhe (algo contra natura num conceito de consola onde todos terão de obter o mesmo), ou um esquema de forçar quem não é suportado a adoptar o streaming.
Sinceramente este é um futuro que se assemelha demais ao passado do qual pretendi fugir quando passei do PC para as consolas… e um conceito que não me agrada e que não suportarei caso venha a existir.
Mas naturalmente falo por mim… quero ouvir as vossas opiniões nos comentários sobre o que acham deste modelo!