Ghost of Yotei. A historia das mulheres Samurai

Apesar de muitos jogadores terem ficado pasmados com a presença de uma mulher como protagonista principal num jogo de samurais, a realidade é que estas mulheres existiram mesmo, e muitas delas estavam ao nível de qualquer homem.

Apesar da forte hierarquia patriarcal Japonesa, que se mantêm até aos dias de hoje, e que levou a que a historia dos granes feitos do país fossem sempre narrados na perspectiva masculina, a realidade é que as mulheres samurais existiram, apesar de não ser muito comum ouvir falar delas.

Mas a realidade é que não só existiram, como exerceram um grande papel no período do Japão feudal, chegando a ser mesmo decisivas em diversas batalhas.

Estas mulheres samurais, denominadas de Onna Bugeishas, lutavam maioritariamente batalhas defensivas, protegendo castelos e vila. No entanto não era incomum encontrar mulheres na linha de frente, lutando em igualdade de circunstâncias com homens samurais. E isto não é apenas mito pois arqueólogos já encontraram em escavações, evidências dessas mulheres estarem efetivamente presentes no campo de batalha. Isso aconteceu por exemplo, quando foi analisado o campo e batalha de Senbon Matsubaru onde em 105 corpos de samurais se encontraram 35 corpos femininos. E isto repetiu-se em outros estudos!

Refere-se que as Onna Bugeisha, além de exímias guerreiras, eram educadas em ciências, matemática e literatura, mostrando mulheres cultas e educadas na arte da guerra, tal como os homens.



O treino destas mulheres tinha mesmo um nome próprio, Naginata, um treino destinado a combates em locais abertos, e as armas usadas por estas mulheres, apesar de algumas usarem armas normais, eram por norma mais leves e ligeiras que as usadas pelos homens.

Uma arma muito usada pelas mulheres samurai era a adaga Kaiken, utilizada para combates em espaços pequenos e fechados, e também utilizada para autodefesa.

Além das armas, as mulheres samurais treinavam a arte marcial Tantōjutsu, uma arte ainda praticada nos dias atuais.

Jungo Kogo

Talvez a mulher samurai mais conhecida, um pouco pelo cargo que ocupava, foi a Imperatriz Jungo Kogo, que não só liderou, como organizou e planejou a conquista da Coréia, no ano 200 D.C.

Tomoe Gozen



Mas a história tem outros nomes de eximias guerreiras, como o de Tomoe Gozen, indicada como uma samurai excepcional, uma mulher extremamente bela, com um elevado intelecto, e com habilidades de batalha inquestionáveis, capazes de se bater com qualquer homem.

Era também uma exímia arqueira e amazona, dominando completamente a Katana. Participou em várias batalhas e um uma delas, liderou 300 samurais contra mais de 2000 guerreiros sendo um dos 5 sobreviventes da batalha.

Outro dos seus feitos aconteceu em 1184, na batalha de Awazu, onde venceu e decapitou o lendário Samurai do clã Musashi, Honda no Moroshige.

Hangaku Gozen

Outra guerreira fenomenal foi Hangaku Gozen, uma bela e habilidosa comandante que liderou mais de 3 mil homens na defesa do forte Torisakayama, ao lado de seu sobrinho Jo Sukemori. Nessa ocasião, Hojo, seu oponente, contava com uma força de mais de 10 mil homens.



Durante a batalha Hangaku foi ferida, mas mesmo assim, montada em um cavalo e armada com sua ko-naginata, lutou com ferocidade.

Nanako Takeko

Nanako Takeko, era muito habilidosa com a ko-naginata, era considerada como extremamente inteligente e mestra nas artes marciais. Assumiu o comando de uma força de combate constituída por Onna Bugeishas, juntando-se aos samurais na batalha.

Takeko, morreu em batalha com um tiro no coração, mas não antes de ter morto uma enorme quantidade de inimigos com a sua ko-naginata.

Tal fora a sua excelencia em combate que a sua irmã, Nanako Yuko mandou cortar a sua cabeça para que o inimigo não a levasse como troféu. A sua cabeça está enterrada nas raízes de um pinheiro, no templo Aizu Bangemachi onde um monumento foi construído em sua homenagem.



E por aqui creio que já percebem que afinal a escolha de uma mulher samurai para protagonista não foi uma decisão assim tão estranha!

 

 

 





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Antonio
Antonio
6 de Outubro de 2024 7:54

Não sendo uma decisão estranha, polémica já tem que chegue .A mim não me incomoda nada.

Nuno Sousa
Nuno Sousa
6 de Outubro de 2024 9:34

Para mim não deixa de ser um desrespeito para quem cria um jogo e à sua liberdade de criação.
São uns mer..s que usam a net em proveito próprio, que tentam massificar as porcarias que vomitam pois sabem que, aparentemente, para eles não tem impacto nenhum para além do ganho de popularidade. Estúpidos que não sabem o impacto negativo que estão a contribuir para a indústria. Depois querem novas IP, novos conceitos, novas histórias, blá blá blá e queixam-se que a indústria está parada, quando na verdade a maioria deles não tem ocupação.

Nuno Sousa
Nuno Sousa
Responder a  Nuno Sousa
6 de Outubro de 2024 9:42

Estamos numa fase bastante delicada. Já não basta a ganância das empresas, a crise social e económica devido ás guerras,como também temos o auto flagelo dos consumidores.

Sparrow81
Sparrow81
Responder a  Nuno Sousa
6 de Outubro de 2024 12:13

Cara, do que vc tá falando? É escolha do Studio fazer a história com uma mulher. Até o Grassetti no Flow deixou claro que não existe porra nenhuma dessa influência de woke e o caraio a 4.
Vocês tem que parar com essa histeria coletiva, que quando não é homem protagonista já vira automaticamente “lacração”, que mostrar e contar histórias de mulheres fortes se tornou insuportável para alguns, que colocar diversidade nos jogos se torna automaticamente lacração. Pelo amor de Deus, para que tá feio pra cacete isso! É um preconceito dos mais bizarros possíveis e de pessoas que parecem viver numa caverna.

CarlosP
CarlosP
6 de Outubro de 2024 9:54

Mas o quem criou este tipo de polemicas foi a comunicação social, estúdios cinematográficos, pessoas que agora acham que tudo é um ataque a algo, e por ai adiante. Criou se uma certa obsessão em adicionar obrigatoriamente um protagonista feminino ou homosexual ou seja aquilo que fôr para que de alguma maneira as pessoas comecem a achar que é normal. O problema disto é que já era normal, neste caso em particular temos vários exemplos (Lara Croft, Alloy, etc, etc). Eu pessoalmente preferia um personagem masculino porque se há na história dos samurais mulheres guerreiras ainda mais havia homens guerreiros, adoraria por exemplo um jogo em que o protagonista fosse Miyamoto Musashi. Até com black Myth Wukong criaram uma propaganda doida contra o jogo por não incluar determinados elementos que segundo consta hoje em dia é quase obrigatório porque se não poderiam ser e foram acusados de xenofobia. Isto está de loucos e sinceramente já começo a ter alguns cuidados com o que digo e faço porque posso ser acusado de algo sem me apreceber. No meu trabalho por exemplo havia lá um funcionário que se demitiu, mas antes disso chegou acusar de racismo alguns colegas sem haver algum tipo de motivo para tal.

Hennan
Hennan
6 de Outubro de 2024 11:25

O estranho não é escolher uma mulher, mas o de não continuar a história anterior.

Sparrow81
Sparrow81
Responder a  Hennan
6 de Outubro de 2024 12:15

O arco do Jin é encerrado! Muito bem concluída e não exige continuação! Tu jogou?

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