Bethesda diz que questão das lootboxes pode ser um tiro pela culatra

Segundo a Bethesda, as lootboxes podem falhar, mas o consumidor terá de pagar os custos adicionais de desenvolvimento no preço base do jogo.

De acordo com Christopher Weaver, um dos fundadores da Bethesda, os custos tem de ser pagos de uma forma ou de outra.

A aproximação ao cêntimo e centavo pode muito bem ser um tiro pela culatra porque interfere com o normal desenrolar do jogo e impede os jogadores de se perderem no mundo de jogo. Os jogadores podem vir a ter de absorver os custos acrescidos da criação de jogos AAA para que os produtores se mantenham no lucro.

Basicamente o que aqui é dito é que a questão das lootboxes que tanto dinheiro tem dado a muitas empresas podem muito bem vir a ser um tiro que lhes sai pela culatra. Mas caso tal aconteça os custos dos jogos subirão de forma a se pagar os custos acrescidos dos jogos AAA.

Ou seja, o consumidor pagará na mesma!

Esta ideia simplista realmente cobre a situação, mas no entanto a sua execução é bem mais complexa do que se pode pensar.



A questão é que um jogo a 70 euros não é barato! É aliás bastante caro… muito caro mesmo!

Subir esse custo torna o divertimento dos videojogos um luxo que começa a ser proibitivo. A realidade é que, quer se queira, quer não, subir os custos iria diminuir as vendas

Mesmo que considerássemos que era possível ganhar-se o mesmo com menores vendas que vantagens é que isso trazia para o produtor? A base de clientes interessada era menor, a base de clientes na plataforma também. Resumidamente, se um jogo que precisa de 4 milhões de cópias vendas para dar lucro passaria a precisar apenas de 3 milhões, a realidade é que não é liquido se dos 4 milhões que dão os atuais 70 euros, existam esses 3 dispostos a dar muito mais.

Aqui poderíamos diminuir no número necessário de vendas, mas estávamos a cortar o mercado alcançado, na base potencial, e a afastar clientes actualmente activos. Naturalmente, mesmo que todos nós nos mantivéssemos no mercado, compraríamos menos jogos. Isto porque dar 70 euros por um jogo já é um luxo, e mais do que isso torna-se complicado pois os salários não crescem a esse ritmo, e o jogar é apenas uma diversão.

O que a industria precisa mesmo é de uma remodelação. De conseguir descer os custos de produção, de publicidade, etc. Um programador sénior não pode continuar a ganhar 120 mil dólares por ano, ou 10 mil dólares por mês como indica este website. Bolas, para esse nível de salários só mesmo um alto cargo na CIA, e curiosamente, mesmo esses ficam um pouco abaixo.

Naturalmente que com salários destes os custos disparam!



Num jogo com 2 anos de desenvolvimento, são precisas 3429 cópias vendidas só para gerar receita para se pagar a um programador destes. Mais se considerarmos que isto é receita bruta! Assim não é de admirar que os jogos requeiram números anormais de vendas que se sabe serem dificeis de atingir, para cobrirem as despesas.

Mas enfim, não vamos aqui fingir que temos a solução para este problema, porque não temos! Mas a nosso ver, mais do que subir o preço dos jogos, a coisa passa por re-estruturar custos.

Mais ainda, o mercado tem de se convencer que para se produzir com qualidade, e se ter lucro, há que se acabar com a produção em massa de jogos, de forma a diminuir a oferta e tornar o que existe mais tentador. E para isto acontecer, dado que ninguem está disposto a abdicar, se calhar é mesmo necessário que o mercado estoure.

Porque não haja dúvida que um dos problemas atuais do mercado, e um dos que impede vendas maiores, é a grande quantidade de oferta. São muitos jogos e muitas empresas, e com jogos a 70 euros, há que se fazer escolhas.

 



 

 



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